Gerência da Vigilância em Saúde de Sapé se reúne com CRMV-PB para discutir sobre o aumento de esporotricose no município 

Surtos da zoonose vem acometendo a cidade e com isso aumentos consideráveis de seres humanos com a doença; além do descarte incorreto dos animais infectados

Na última terça-feira (5) a presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB) med.vet Valéria Rocha Cavalcanti e a presidente da Comissão Regional de Saúde Única, med.vet Débora Rochelly se reuniram com a dirigente da Vigilância de Saúde do município de Sapé, Francileide Maria de Araújo Alves e a plantonista e higienista med.vet Maria de Fátima Gonçaves para discutir sobre o aumento demasiado de casos de esporotricose em humanos e gatos, no município.

O encontro foi para o Conselho orientar a gerente sobre um protocolo para implementar um cuidado maior da cidade junto à população, a presidente do CRMV-PB Valéria Cavalcanti deu a ideia para o passo a passo mais básico de implementação, sendo ele a partir da criação de um projeto de saúde populacional, seguido de um protocolo sanitário; buscar uma audiência pública na Câmara Municipal para debater sobre os casos.

Como também, levar conhecimento sobre a doença às escolas e trabalhadores rurais; realizar junto à Universidade Federal da Paraíba a implantação de um mini-laboratório – com microscópio, bancada, e um profissional médico-veterinário com experiência em saúde pública – para ampliar os testes e assim poder identificar os casos tanto nos gatos domiciliados ou não-domiciliados, como também em seres humanos. 

Para a gerente de Vigilância de Saúde de Sapé,  Francileide Maria de Araújo Alves, eles estão correndo contra o tempo. “Temos recebido cada vez mais pessoas acometidas de esporotricose e não temos recursos e nem pessoal qualificado para atender os casos, já que somos um município pequeno e com recursos limitados. Mas a saúde de muitos está em perigo e por isso, pensamos junto ao Conselho buscarmos orientações para tentarmos solucionar o problema dentro da nossa realidade”, informou Alves. 

O Conselho se responsabilizou junto à gerência de Vigilância de Saúde, Francileide Alves de realizar um texto base para um termo de cooperação unindo as gerências responsáveis pela saúde na cidade; professores e pesquisadores da UFPB e demais profissionais da área da Medicina Veterinária e, por fim, refletir sobre a criação de um projeto propondo para criação de um Centro de Zoonoses.

Para a presidente da Comissão Regional de Saúde Única, Débora Rochelly, essa zoonose já se mostra como um problema de saúde pública do litoral ao sertão e que precisa do apoio da Vigilância de Saúde não só do município que está com o surto de doenças, mas também dos circunvizinhos, já que isso é uma problemática de Saúde Única. “Zoonoses tem sido um importante problema de saúde pública, mas a esporotricose segue em alta. O fungo é ambiental e, pelo hábito do gato de cavar em terra ou arranhar troncos, se infecta e pode transmitir através da arranhadura a esporotricose. Importante também avaliar o descarte de animais contaminados no meio ambiente, pois sem os cuidados sanitários se torna uma fonte importante de infecção”, explicou Rochelly. 

De acordo com a Fiocruz, a esporotricose é uma micose profunda provocada por fungos da família Sporothrix – encontrados na terra e em materiais em decomposição, como madeiras, galhos, folhas – e que pode afetar animais e humanos. 

A doença se manifesta quando há contato dos fungos com partes mais profundas da pele, por meio de um corte. Também conhecida como “doença de jardineiro” ou “doença da roseira” – porque era registrada somente em zonas rurais e em pessoas que lidavam diretamente com plantas ou terra –, passou a assumir outro perfil, especialmente em Regiões Metropolitanas.

É importante reforçar que a esporotricose tem tratamento, e o diagnóstico dos animais pode ser feito em centros de controle de zoonoses e em clínicas veterinárias. Por isso, o animal com suspeita de esporotricose não deve ser abandonado e maltratado. Com tratamento adequado e informações corretas sobre os cuidados necessários, é possível promover a cura do animal.

 

Assessoria de Comunicação – Mabel Abreu