A disposição de vagas para Medicina Veterinária é benéfica para capacitação profissional dos residentes e reforça a importância da profissão na Saúde Única
A Secretaria de Saúde de João Pessoa (SMS) divulgou no dia 17 de fevereiro o resultado final do processo seletivo para Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade. Ao todo, foram disponibilizadas 73 vagas, entre diversas especialidades médicas e multiprofissionais, sendo 3 delas para médicos-veterinários.
Vagas em programas como esse consolidam ainda mais a importância do médico-veterinário como parte das profissões da saúde. Apesar de atuar no cuidado da saúde animal, humana e ambiental, participando da lista de profissões de saúde que fazem parte do Sistema Único de Saúde (SUS), a Medicina Veterinária ainda é vista apenas como clínica de pequenos animais para grande parte da população.
Para o med.vet Fábio Targino, que também é membro da Comissão de Saúde Única do CRMV-PB, foi um dos aprovados no processo seletivo e considera de grande importância a oferta de vagas em residência para Medicina Veterinária “Embora o médico-veterinário esteja incluído pelo Ministério da Saúde como profissional da saúde, sabemos que ainda não é reconhecido como tal, nem pela população e nem por outros profissionais da saúde, nesse sentido, conseguir as vagas para veterinários e ocupar esse espaço na residência que atua na ponta do serviço, é ter esse profissional se destacando, divulgando e vivenciando essa atuação” explica Targino.
O Programa de Residência Multiprofissional é uma modalidade de ensino de pós-graduação lato sensu destinada às profissões da saúde sob a forma de curso de especialização. Com duração mínima de dois anos, os programas têm ênfase na prática e capacita o profissional de saúde para o exercício da sua função.
A Residência prepara profissionais para seguirem os princípios do SUS: resolutividade, integralidade e universalidade. Os residentes atuam em ações de prevenção e promoção de saúde nos espaços hospitalares e também nas comunidades, nas unidades básicas de saúde.
Targino acredita que o médico-veterinário deve contribuir em diversas frentes de atuação “Desde a territorialização, identificação dos determinantes do processo saúde-doença, mas também, contribuindo no atendimento ao usuário, seja no pré-natal das gestantes, fazer a busca ativa nos casos de esporotricose e nos diversos campos de atuação, sobretudo cumprindo o que vem sendo incentivado, fortalecer a relação da vigilância em saúde com a atenção básica”, reforça o médico-veterinário.
A residência não é obrigatória para a Medicina Veterinária, mas Fábio considera uma oportunidade de aprendizagem e aperfeiçoamento profissional “Irá agregar muita experiência, vivências e uma nova forma de olhar para minha profissão, meu papel como profissional da saúde e também na futura formação de outros médicos-veterinários, pois, assim como tem sido pautada minha carreira, pretendo atuar como professor”, finaliza.