No mês de luta das mulheres por melhores condições de vida e trabalho, uma conquista a se comemorar na valorização profissional é a nomeação da médica-veterinária Ana Lúcia de Paula Viana como diretora do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Em 104 anos de existência do órgão, a chefia do departamento responsável pela gestão do serviço está, pela primeira vez, nas mãos de uma mulher.
Ana Lúcia é servidora de carreira e trabalha como auditora fiscal federal agropecuária desde 2005. Formada pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), começou sua carreira pública na Superintendência Federal da Agricultura no Paraná, na qual permaneceu até 2013, atuando na inspeção de aves e ovos.
Transferida para Brasília, passou a exercer cargos de chefia na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Liderou as Divisões de Inspeção de Carne de Aves e Ovos, e a de Auditorias Nacionais, e também foi coordenadora de Suporte à Inspeção e de Controle e Avaliação.
Com a experiência adquirida, a médica-veterinária encara o novo desafio de gestão “com o propósito de modernizar o sistema de inspeção de produtos de origem animal, estabelecendo critérios para inspeção com base no risco”, afirma.
Suporte e Normas
Outra médica-veterinária ocupando cargo de gestão no Mapa é a diretora do Departamento de Suporte e Normas, Judi Maria da Nóbrega. Graduada pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e pós-graduada em Controle de Qualidade em carne, leite, ovos e pescados, a médica-veterinária é, como Ana Lúcia, auditora fiscal federal agropecuária de carreira.
De 2016 a 2018, foi coordenadora de Trânsito e Quarentena Animal do Departamento de Saúde Animal do Mapa, desenvolvendo ações para assegurar o comércio internacional de animais e produtos de origem animal, e preservando também o patrimônio pecuário nacional.
Agora, no comando do novo departamento, Judi vai apoiar a coordenação do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, com a elaboração de normas da agenda regulatória da Defesa Agropecuária, dará suporte em missões e auditorias internacionais e ainda deve aprimorar procedimentos de conformidade às recomendações dos órgãos de controle.
O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Paraíba (CRMV-PB), Méd. Vet. Domingos Lugo, participou nos dias 11 e 12 de março de eventos em comemoração ao cinquentenário do Sistema CFMV/CRMVs e aos 36 anos do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Amazonas (CRMV-AM) na cidade de Manaus/AM.
Domingos ministrou palestra para os profissionais e o corpo de conselheiros do CRMV-AM durante o treinamento de processo ético e ao final do evento participou da inauguração da galeria dos presidentes do CRMV/AM.
Seguindo a sua agenda, o presidente ainda realizou visita técnica a uma clínica veterinária para organismos aquáticos e ministrou palestra para os estudantes do Centro Universitário Fametro (Unifametro).
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) publica duas resoluções nesta quinta-feira (14/3), a fim de regulamentar os cursos de auxiliares de veterinário (nº 1.259/2019) e delimitar a atuação desses profissionais, que está restrita a exercer atividade de apoio, assistência e acompanhamento do trabalho do médico-veterinário (nº 1.260/2019).
“É uma oportunidade de regulamentar os cursos e a atividade, trazendo para a legalidade e qualificando a formação profissional de quem apoia o serviço privativo do médico-veterinário”, diz o presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida.
A Resolução nº 1.259/2019 define as diretrizes para os cursos de auxiliar de veterinário e determina os conteúdos necessários para garantir a qualificação profissional. Exige, por exemplo, que os cursos ensinem sobre contenção física e manejo dos animais, noções de anatomia, fisiologia veterinária, zoonoses de interesse da saúde pública, comportamento e bem-estar animal.
Também estabelece que a grade curricular aborde cuidados e procedimentos com o paciente, que vão da nutrição à aplicação de medicamentos, passando pelo auxílio em práticas como colheita de material biológico, exames de imagem e de biópsia, incluindo centros cirúrgicos, além de cuidados com a higiene da infraestrutura hospitalar e a destinação de resíduos.
Todos esses conteúdos exemplificados só podem ser ministrados por médicos-veterinários com inscrição regular no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) de sua atuação.
A norma define a carga horária mínima de 120 horas para os conteúdos e em sistema de ensino presencial. Ainda determina treinamento prático supervisionado por médico-veterinário, com carga mínima de 80 horas.
É facultativo à entidade promotora do curso requerer seu cadastro perante o CRMV, mas é obrigatório que a instituição tenha responsável técnico (RT) médico-veterinário respondendo pelo curso. Além disso, somente os auxiliares egressos dos cursos cadastrados poderão se inscrever no CRMV e ter carteira de auxiliar de veterinário.
Para o presidente do CFMV, os cursos de formação para a ocupação de auxiliar de veterinário não regulamentados e oferecidos livremente têm impacto direto nas relações existentes entre o médico-veterinário, o auxiliar, os pacientes e os tutores.
“Queremos assegurar que os auxiliares tenham formação sólida para que os serviços oferecidos à população sejam de qualidade”, garante Cavalcanti. Com a medida, o Conselho visa reduzir tanto os riscos à sociedade quanto eventuais processos éticos-disciplinares decorrentes da execução de atividades auxiliares à Medicina Veterinária.
Atuação
De forma complementar, a Resolução 1.260/2019 delimita a atuação dos auxiliares de médico-veterinário, sendo a pessoa contratada para o apoio às atividades em Medicina Veterinária e sob a orientação e supervisão constante de médico-veterinário.
O regulamento, em seu artigo 2º, traz um rol com 41 itens das atividades que podem ser desempenhadas pelo auxiliar. Estão entre elas: aferir temperatura e pressão arterial; auxiliar na coleta de exames, em primeiros socorros e em intubações de animais; fazer curativos já prescritos; realizar tricotomia (raspagem de pelos) e assepsia; preparar o animal e os instrumentos para procedimentos; realizar a contenção física do animal, segundo métodos ética e tecnicamente adequados para a espécie, porte e condição física do animal; bem como administrar a higiene e a reposição de material.
Os auxiliares que se registrarem, assim como os médicos-veterinários, estão sujeitos à responsabilização ético-disciplinar, bem como respondem civil, administrativa e criminalmente pelo exercício profissional.
Dia 14 de março foi estabelecido como o Dia Nacional dos Animais para conscientizar a todos acerca dos direitos dos animais. A data foi estabelecida a partir da apresentação do Estatuto dos Animais, no Congresso Nacional.
O Estatuto é destinado a garantir a vida e o combate aos maus-tratos e as demais formas de violência contra os animais. De acordo com o levantamento feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2014, somente no Brasil, cerca de 30 milhões de animais estão abandonados, sendo aproximadamente 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos. Em grandes metrópoles, para cada cinco habitantes há um cachorro. Destes, 10% estão abandonados.
Em espécies silvestres os dados são ainda mais alarmantes. Segundo os dados de 2014 do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) são mais de 1000 espécies de animais em risco de extinção no Brasil. Sendo muitas das causas do desaparecimento de espécies o tráfico de animais, desmatamentos, queimadas, caça predatória e poluição, afinal tais fatores influenciam diretamente os animais e/ou habitat. A perda e degradação do habitat, principalmente decorrente da expansão agrícola e urbana e da instalação de grandes empreendimentos, como hidrelétricas, portos e mineração, é a mais importante ameaça para as espécies continentais. Para as espécies marinhas, a pesca excessiva, seja direcionada ou incidental, é a ameaça que mais se destaca.
O CFMV, preocupado com a questão e pensando no bem-estar dos animais, publicou, a Resolução nº1236 de Maus Tratos em outubro do ano passado que estabelece, entre outros tópicos, “as atribuições dos Conselho Federal e Regionais de Medicina Veterinária de fiscalizar o exercício da Medicina Veterinária e da Zootecnia, bem como orientar, supervisionar e disciplinar as atividades dos profissionais, sempre com a finalidade de promover o bem-estar animal e em respeito aos direitos e interesses da sociedade”. Além disso, a nova norma define e caracteriza crueldade, abuso e maus tratos contra animais vertebrados.
“É muito importante que a sociedade, incluindo os profissionais que trabalham diretamente com animais, como zootecnistas e veterinários, entendam que os animais possuem direitos e estes direitos devem ser respeitados”, afirma a médica veterinária Rosângela Gebara (CRMV-SP), integrante da Comissão Nacional de Bem-estar Animal (Cobea/CFMV).
Gerbara completa que “numa sociedade avançada o respeito aos animais começa com o entendimento das necessidades fisiológicas e comportamentais de cada espécie, e neste quesito estes profissionais se tornam essenciais na construção de normas, resoluções e na implementação de boas práticas que assegurem um ambiente harmonizado com a fauna silvestre e doméstica”.
Perceba, por esta descrição, que estamos falando de uma veterinária, mulher, de punho firme, que sempre soube o que fazer e como realizar seus sonhos: na graduação, é Professora Adjunto II, responsável pelas disciplinas de Patologia Veterinária I e II e Oncologia Animal; na pós-graduação, orienta residentes na área de Patologia Veterinária e leciona a disciplina de Oncologia Animal. Na administração, é vice coordenadora do programa de Estágios Supervisionados da Medicina Veterinária, bem como representante do Centro de Ciências Agrárias (CCA), no Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB, João Pessoa/PB). Além disso, desenvolve Projetos de Extensão com assistência médico-veterinária a assentamentos rurais do Estado e realiza pesquisa científica com Medicina Vibracional em animais.
Estamos falando de mais uma protagonista do nosso Dia Internacional da Mulher: a médica-veterinária mestre e doutora, Gisele Castro Menezes, que também leva um grande significado junto às suas funções: ser um exemplo para a sociedade e, também, para as transexuais enquanto docente doutora. Isso porque, há 15 anos, ela se transformou, realmente, no que sempre foi: mulher. “Quero mostrar para a população e para as outras transex que podemos ocupar cargos importantes e que, para que isso aconteça, precisamos destacar nossa competência, nosso esforço e nosso estudo. O lugar das transexuais é onde elas queiram estar”, pondera.
A profissional conta que, quando criança, época em que já sonhava em fazer Medicina Veterinária, não alcançava a total felicidade por ter que participar de atividades e vestir roupas que não lhe agradavam. Já na adolescência, descobriu que aquele corpo não era seu, com a vinda dos hormônios. “Fui reprimida a vida inteira pela família e pelos amigos, pois, na época, esse assunto era um grande tabu. Assim, só pude iniciar meu processo como transex a partir de minha independência financeira e profissional, o que ocorreu há 15 anos, quando comecei a comprar perucas e vestidos e me vestir de Gisele, mas só para ir a festas. Comecei a deixar o cabelo crescer e usar roupas mais femininas, porém tive uma nova repressão: a do trabalho. Atuava em uma universidade tradicional mineira e esse meu ‘novo jeito’ não agradou”, narra.
Mas essa fase ruim ficou para trás. Há 10 anos, Gisele foi aprovada em um concurso público federal para trabalhar onde se encontra hoje. “A partir desse dia, a Gisele ‘da noite’ deu lugar à Gisele ‘do dia’. Essa mudança em minha vida representa a afirmação de minha verdadeira identidade. Sempre vivi reprimida em todos os sentidos e, hoje, consigo ser quem realmente gostaria. Então, essa mudança representa liberdade”, expressa.
Vocação. “Sempre amei os animais e o contato com a natureza. Pegava cães e gatos de rua e adotava. Minha mãe ficava perdida. Nunca tive dúvidas da profissão a seguir e sou uma médica-veterinária realizada com muito orgulho e amor”, descreve Gisele, cujo primeiro emprego foi em uma clínica veterinária de animais de companhia, onde clinicou por 4 anos. “Depois, me especializei em Patologia Veterinária, porém, não deixei de clinicar, atendendo casos de Oncologia Animal. Atualmente, clinico por meio do Projeto de Extensão, atendendo cães e gatos de assentamento rural, bem como casos de Oncologia, no Hospital Veterinário da UFPB”, conta.
A professora afirma que a principal característica do docente que difere do clínico é que, na docência, é preciso desenvolver métodos pedagógicos e de didática que não são ensinados na graduação, assim como é ensinada a disciplina de clínica, por exemplo. “Além disso, na docência, temos características singulares, como aprender a falar em público, o desenvolvimento das relações interpessoais com vários alunos que exibem comportamentos diferentes, bem como o desenvolvimento de atividades de pesquisa”, descreve.
A responsabilidade da docência, na visão de Gisele, é muito grande, pois os professores são formadores de opiniões e ela se preocupa com a qualidade das aulas, com a didática e com os métodos utilizados em seu ensino. “Isso porque deles dependem o aprendizado do nosso futuro profissional que lidará com vidas preciosas”, argumenta.
Gisele conta que nunca sofreu preconceito explícito de qualquer natureza dentro da instituição (Foto: divulgação)
Transexualidade e docência. Na universidade, o título de professora doutora pesa muito mais do que ser transexual, segundo Gisele, por isso, o respeito dentro do meio acadêmico sempre existiu. “Nunca sofri preconceito explícito de qualquer natureza dentro da instituição e creio que meu bom comportamento no campus também reflete na conduta das pessoas, pois eu respeito para ser respeitada”, compartilha.
Gisele acredita ser de extrema importância difundir a presença de transexuais dentro das instituições de ensino para que ninguém julgue as pessoas pela sua orientação sexual, mas, sim, pelo seu caráter como pessoa e pela sua competência enquanto profissional. “Não costumamos ver transexuais no comércio, nas lojas, nos shoppings, porque a sociedade ainda traça um estereótipo marginalizado, sempre ligados à prostituição, drogas e brigas. Porém, essa imagem preconceituosa deve ser combatida e é isso que tento fazer, divulgando o trabalho de uma transexual doutora e incentivando minhas amigas mulheres transexuais a seguirem esse caminho e a apoiá-las nos estudos”, expõe.
Mulher trans na Veterinária. “Ser uma mulher transexual e veterinária é uma dupla realização. Infelizmente, devido à grande repressão social, no trabalho e familiar, a mulher concreta veio muito depois da veterinária, porém, ela sempre existiu”, discorre.
Essa realização, de acordo com Gisele, se completou com a docência, pois, desde adolescente, o gosto pela profissão já aflorava nos ensinamentos que passava à sua irmã, o que foi reforçado nas apresentações dos trabalhos da escola e nas monitorias da graduação. “É preciso lembrar que, antes de ser mulher, veterinária e professora, sou um ser humano, com sonhos, vontades, realizações e frustações. No decorrer da vida, aprendi a dar valor às coisas boas que tenho e que conquistei, a dar valor às coisas simples da vida e a não me importar com as decepções, pois elas sempre vão existir e servem como aprendizado”, analisa.
Hoje, Gisele é grata dentro da profissão por dois grandes motivos: por salvar vidas e por formar profissionais, atuando como professora. “É extremamente gratificante ver um animal recuperado após uma doença ou um animal sem dor após um socorro por um acidente. Assim como também é prazeroso acompanhar a evolução e o crescimento de um aluno durante o curso, bem como seu sucesso na vida profissional. Ver um ex-aluno ministrando uma palestra ou participando de uma entrevista e se destacando no mercado de trabalho é a realização de uma professora, pois sabemos que fomos importantes em sua formação e que parte desse sucesso pertence a nós”, conclui.
O prazo para requerimento do registro da candidatura é até o dia 11 de Abril de 2019.
As eleições acontecerão no dia 10 de junho de 2019.
Leia o texto na íntegra
AVISO DE ELEIÇÃO CRMV-PB – TRIÊNIO 2019-2022
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Paraíba, nos termos da Lei n.º 5.517/68, do Decreto 64.704/69 e das Resoluções CFMV n.º 762/04, n.º 958/2010 e n.º 1122/2016, que podem ser consultadas na íntegra no site www.cfmv.gov.br, INFORMA E CONVOCA OS SENHORES MÉDICOS VETERINÁRIOS e ZOOTECNISTAS, com inscrição principal neste Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Paraíba, em pleno gozo de seus direitos, sem débitos perante esta Autarquia e sem quaisquer impedimentos, administrativo ou judicial, que impeçam o exercício desse direito, para participarem da Assembleia Geral Eleitoral, a ser realizada no dia 10/06/2019, objetivando eleição para a composição da nova Diretoria Executiva e Conselheiros Efetivos e Suplentes do CRMV/PB para o triênio 2019/2022, no horário ininterrupto das 9:00h às 17:00h, podendo o direito de votar ser realizado presencialmente, na sede localizada na Praça Pedro Gondim, nº 127, Bairro da Torre, João Pessoa/PB, ou por meio da votação eletrônica, pelo site crmvpb.eleicaonet.com.br ou, ainda, por correspondência. Em não havendo quórum, conforme estabelecido no § 2º, do artigo 47, da Resolução CFMV nº 958/10, haverá 2º turno, que se realizará no dia 10/07/2019, com as mesmas modalidades – presencial, pela internet ou por correspondência, O eleitor que optar pela votação por correspondência deverá manifestar sua vontade formalmente com o envio de e-mail para eleicao2019@crmvpb.org.br até o dia 08 de abril de 2019. Após esta data, a ausência de manifestação implicará na utilização do meio eletrônico ou presencial para votação. A opção pela modalidade de votação escolhida valerá, também, para o 2º turno, caso este venha a ocorrer. Para fazer uso da votação eletrônica deve o profissional regularizar suas obrigações perante o CRMV/PB até o dia 23.05.2019. No caso do eleitor não se regularizar até o prazo determinado (23.05.2019) poderá participar da eleição apenas pelo meio presencial, na sede do CRMVPB, desde que se regularize até a data do pleito. Todas as informações referentes à votação eletrônica serão encaminhadas posteriormente para o endereço do profissional cadastrado neste CRMV/PB, inclusive, os procedimentos relacionados à votação eletrônica e a senha de acesso. Todo o processo eleitoral será conduzido por Comissão Eleitoral independente, que terá, para efeitos da votação eletrônica, auxílio de Auditoria Eleitoral externa, conforme determina a Resolução CFMV nº 1122/16. A não participação na eleição ensejará a aplicação de multa, caso a ausência não seja devidamente justificada, nos termos da Resolução CFMV nº 948/2010. As inscrições de chapas estarão abertas a partir da publicação deste edital. O requerimento para registro de candidatura de chapa deve ser protocolado na sede do CRMV/PB, em dias úteis, das 12:00h às 18:00h, até o dia 11/04/2019, devendo o requerimento obedecer a todos os requisitos descritos na Resolução CFMV nº 958/2010, bem como, ser acompanhado de fotografia atual, frontal e colorida do candidato à Presidente, em primeiro plano (enquadrada do busto para cima), tirada em fundo branco e impressa em papel fotográfico no tamanho 10×15cm. Todas as informações adicionais poderão ser encontradas no sítio do CRMVPB (https://crmvpb.org.br), assim como, em sua sede ou por e-mail à Comissão Eleitoral (eleicao2019@crmvpb.org.br). O edital está afixado na sede do CRMV-PB.
João Pessoa-PB 12 de março de 2019.
DOMINGOS LUGO CMRV-PB N° 0793
Presidente do Conselho
Com a mudança política nos governos estaduais, zootecnistas assumem cargos de gestão de relevância no país. Vejam quem são e onde estão atuando.
Agricultura/AL
Para comandar a secretária de Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura de Alagoas foi nomeado o zootecnista Carlos Henrique de Amorim Soares. Formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e especialista em Gestão de Agronegócios, Soares já ocupava o cargo de secretário adjunto da Seagri/AL desde 2012, atuando na formulação e execução de políticas públicas para o desenvolvimento tecnológico e fortalecimento de cadeias produtivas.
É funcionário efetivo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Alagoas (Sebrae-AL) desde 2008, onde atuou como analista de projetos na área de negócios de produção animal, envolvendo apicultura, pecuária de corte, leite, ovinos, caprinos e coelhos e demais áreas de produção pecuária de Alagoas.
Na área privada, o zootecnista ganhou experiência como produtor rural de ovinos, caprinos, avestruz e, mais recentemente, com peixes. É de onde vem sua vivência com planejamento de propriedade rural, inclusão produtiva, análise de viabilidade de projetos, além de etologia e comportamento animal.
Na liderança da Secretaria de Agricultura, Soares promete investir em desenvolvimento rural e inovação, especialmente para agricultura familiar e de subsistência, que representa a grande força de produção do estado.
Agricultura/DF
O zootecnista Dilson Resende de Almeida é o novo secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri/DF), onde já foi secretário adjunto e subsecretário de Regularização.
Formado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), o zootecnista é funcionário do quadro técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) desde 1994, onde já foi presidente e diretor.
Exerceu diferentes funções públicas em Brasília. Foi presidente das Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF) e superintendente de Saneamento Rural da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). Também ocupou cargos gerenciais e de assessoria na Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) e na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Como novo secretário de Agricultura do DF, Almeida afirma que vai buscar uma gestão focada em resultados, com a participação da sociedade Civil e dos servidores do Sistema Público da Agricultura do DF.
Emater/GO
Zootecnistas assumem presidência e diretoria da Empresa de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater-GO).
O novo presidente é o zootecnista Pedro Leonardo de Paula Rezende. Servidor efetivo do estado de Goiás, Rezende foi professor da Universidade Estadual de Goiás e gerente e supervisor de Unidade Regional da Agência Goiana de Defesa Agropecuária. Além da vivência em gestão pública, Rezende tem experiência em pesquisa, ensino e extensão, e pelo conhecimento.
Para exercer o cargo de diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emater/GO foi nomeado o zootecnista Antelmo Teixeira Alves. Ele possui graduação em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e pós-graduação pela Universidade Estadual de Goiás na área de rebanho leiteiro e tecnologias adequadas para a produção de leite. Exercia a função de chefe de gabinete da Emater e foi conselheiro suplente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás.
Agricultura/MG
O zootecnista e vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais, João Ricardo Albanez, é o atual subsecretário de Política e Economia Agrícola, da Secretária de Estado Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, que tem, como competência, propor, elaborar, implementar e monitorar políticas para o desenvolvimento do agronegócio no estado.
Albanez é mestre em Zootecnia, pela Universidade Federal de Viçosa, e é funcionário do quadro técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).
Albanez tem experiência em políticas públicas voltadas para o setor agrícola, além de ter exercido, por mais de 20 anos, atividades de extensão rural e assistência técnica aos produtores rurais de Minas Gerais.
Emater/PA
O zootecnista Ricardo Barata Pereira é o novo supervisor regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater-PA), onde será responsável por doze escritórios locais, que compõe o regional (Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Barbara, Salvaterra, Soure, Cachoeira do Arari, Santa Cruz do Arari, Ponta de Pedras, Muaná e Chaves).
Mestre em saúde e produção animal na Amazônia, Pereira tem experiência em Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), em especial no arquipélago do Marajó.
Como extensionista e agente de desenvolvimento local, o zootecnista visa repassar o conhecimento produzido nas universidades e nos órgãos do governo aos produtores rurais.
No cargo de supervisor, Pereira quer buscar um papel integrador, conferindo mais efetividade às políticas públicas para o meio rural, contemplando os mais diversos públicos, como os quilombolas, comunidades tradicionais, agricultores familiares, além de pequenos, médios e grandes produtores rurais com ênfase para a produção animal e para as lavouras de interesse zootécnico.
O objetivo é garantir a qualidade da assistência técnica, a eficiência e eficácia de seus projetos de extensão rural, e consequentemente, promover o fortalecimento e o desenvolvimento rural sustentável.
Pesquisa/PB
O novo presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) é o zootecnista e agrônomo Roberto Germano Costa.
Doutor e mestre em Zootecnia, Germano Costa é professor titular da Universidade Federal da Paraíba e já foi diretor do Instituto Nacional do Semi-Árido, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
É bolsista de produtividade Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico.
Atua na área de manejo e nutrição de caprinos e ovinos, com ênfase na qualidade de produtos, como carne, leite e peles.
Defesa do RN
O zootecnista Mário Manso é o novo diretor geral do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (IDIARN), órgão responsável por promover e executar a defesa animal e vegetal, o controle e a inspeção de produtos de origem agropecuária no estado.
Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Manso é pós-graduado em Manejo Sustentável do Semiárido. Tem experiências na área de ovinos e caprinos, com ênfase em julgamentos de animais de elite. Também possui vivência prática em equideocultura e no manejo e implantação de pastagens.
No comando da autarquia de defesa animal do Rio Grande do Norte, o zootecnista propõe gestão transparente, diálogo aberto com os setores de produção e soluções voltadas ao crescimento seguro e sustentável da produtividade de qualidade.
Aprendizagem Rural/RS
O novo superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS) é o zootecnista Eduardo Condorelli. Antes de assumir a direção, Condorelli já era assessor do órgão para questões relacionadas ao Cadastro Ambiental Rural (CAR). Também foi instrutor e supervisor regional da instituição nos municípios da Região da Campanha, no sudoeste do estado, próximos às fronteiras com Uruguai e Argentina.
Formado pela Universidade Federal de Lavras (MG), o zootecnista adquiriu experiência na área privada como produtor rural em Bagé, com soja, silvicultura e pecuária de corte.
É vice-presidente do Sindicato e Associação Rural de Bagé e um dos integrantes das Câmaras Técnicas do Conselho Estadual de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, em temas que se referem as resoluções de reorganização do licenciamento ambiental no estado.
Vigilância Agropecuária/SP
O zootecnista Celso Gabriel Herrera Nascimento é auditor fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e agora assume a chefia do Serviço de Gestão Regional da 5º Região, vinculado ao Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Mapa. A divisão faz o controle e a fiscalização de operações de comércio e trânsito internacional de produtos agropecuário no estado de São Paulo, principalmente nos aeroportos de Guarulhos e Viracopos (Campinas) e nos portos de Santos e de São Sebastião.
Servidor de carreira desde 2000, o zootecnista começou no Mapa pela Superintendência Federal de Agricultura no Estado de São Paulo. De 2012 a 2018 assumiu a chefia do Serviço de Fiscalização de Insumos Pecuários (Sefip) de São Paulo, órgão federal que fiscaliza no estado os produtos veterinários, alimentos para animais, material genético e de multiplicação animal, bem como de registro genealógico.
Com a experiência adquirida em São Paulo, ainda em 2018 se tornou o diretor do Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários, em Brasília, e assumiu o comando nacional dos Serviços de Fiscalização de Insumos Agropecuários dos 27 estados.
Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Nascimento é mestre em Nutrição de Ruminantes pela Universidade Federal Lavras, onde também fez especialização em Qualidade Total e Agricultura Empresarial.
Zootecnia/SP
O conselheiro suplente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo e zootecnista Luiz Marques da Silva Ayroza assume a diretoria geral do Instituto de Zootecnia (IZ), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
Ayroza é doutor em Aquicultura pela Universidade Estadual Paulista (Unesp- Jaboticabal), funcionário público de carreira e pesquisador científico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios desde 1987.
Foi diretor geral do Instituto de Pesca de São Paulo por três anos, onde contribuiu na área de pesquisa em aquicultura, especialmente em sistemas de produção de peixes de água doce, trabalhos com piscicultura, sistema de criação de tilápias em tanques-rede e viveiros escavados.
No comando do Instituto de Zootecnia, Ayroza tem a expectativa de trabalhar integrado com a cadeia de produção animal, agregando parceiros (universidades, institutos de pesquisa, coordenadorias da Secretaria de Agricultura), e direcionando as pesquisas desenvolvidas nos centros temáticos, conforme as demandas da agropecuária.
A médica-veterinária e professora Dra. Ekaterina Akimovna Botovchenco Rivera (CRMV-GO 0406), presidente da Comissão de Bem-estar Animal do CRMV-GO, receberá o Título de Pesquisadora Emérita do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), edição 2019.
Foto: Ascom UFG
O título é concedido pelo CNPQ, desde 2005, a pesquisadores que prestaram relevantes contribuições para o país. A premiação é conferida pelo conjunto de sua obra científico-tecnológica e por seu renome junto à comunidade científica. A professora Ekaterina entra, como médica-veterinária, para uma lista que até este ano era composta somente por homens. Ela será a primeira mulher a receber o título de pesquisadora emérita na Medicina Veterinária.
Ekaterina é natural de São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul. Ela se mudou para Goiás em 1979, depois de morar por um período em Mato Grosso e na Inglaterra. Logo que chegou em Goiás, já ingressou na Universidade Federal de Goiás (UFG). Viúva do médico-veterinário Guillermo Rivera, falecido em 2014, ela tem quatro filhos.
A presidente da Comissão de Bem-estar Animal do CRMV-GO ficou extremamente honrada com a notificação do prêmio, um reconhecimento por todo trabalho na área de ciência em animais de laboratório, segmento que nunca foi tão valorizado dentro do cenário da ciência, segundo ela. “Espero fazer jus ao prêmio como sempre me dediquei a esse trabalho durante toda minha carreira”.
A cerimônia de entrega do título está prevista para o mês de maio, no Rio de Janeiro.
A Medicina Veterinária atualmente possui um quadro de profissionais muito diferente de alguns anos atrás. Dos 128.821 profissionais registrados e ativos no país, hoje, mais da metade são mulheres, representando 65.537 médicas-veterinárias registradas e ativas (em comparação às 26.909 que figuravam em 2009). Esse é um dado significativo que leva à conclusão de que a área já é dominada pela participação feminina.
Na Zootecnia, apesar do domínio masculino, a presença das mulheres é crescente. Analisando os dados de zootecnistas registrados e ativos no Brasil, o crescimento da participação delas na profissão também é significativa. Dos 8.887 profissionais, 2.783 são mulheres, o que representa 1/3 do mercado, diferença clara das 1.229 zootecnistas em 2009.
Se na década de 1970 a composição feminina do Sistema CFMV/CRMVs era de cerca de 5%, atualmente, o número de novas inscrições é predominantemente feminino, ultrapassando os 50%, o que representa uma mudança que só tende a crescer nas profissões no país. Entre zootecnistas, a realidade não é tão diferente: elas representavam 14% dos inscritos, há 40 anos, frente aos atuais 31% de profissionais do sexo feminino.
As mulheres vêm conquistando novos espaços e mirando noutras especialidades, saindo da atuação mais voltada para a clínica de pequenos animais, atividades laboratoriais, ensino e pesquisa, e ocupando espaços em áreas como o trabalho de campo e o atendimento a animais de grande porte e selvagens.
O CFMV parabeniza todas as mulheres pelo dia 8 de março, em especial as médicas-veterinárias e zootecnistas, e celebrando a conquista cada vez maior de espaço nas profissões.