Mais uma ação de aproximação entre Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária (Sistema CFMV/CRMVs) ocorreu na última semana, no CFMV, em Brasília. Desta vez, as diretorias dos CRMVs de Paraíba e de Roraima tiveram cinco dias intensos de trocas de experiências, saneamento de dúvidas, alinhamento de expectativas e esclarecimentos sobre a Resolução nº 591/1992, que institui e aprova o Regimento Interno Padrão dos CRMVs.
A inciativa faz parte do Núcleo de Apoio aos Conselhos Regionais (NAR), criado pela gestão do CFMV. “O NAR visa estreitar os laços e com isso trazer uma comunicação mais eficaz, pois o auxílio do CFMV pode representar o início de uma nova e bem-sucedida fase de gestão para um Regional”, esclarece o diretor administrativo do CFMV, Edson Dourado.
Depois de participarem da 333ª Sessão Plenária Ordinária, os diretores do CRMVs conheceram a realidade dos diversos departamentos do federal, alinharam expectativas e obtiveram informações sobre o funcionamento do Sistema. Outros temas abordados na visita dos regionais, foram as resoluções nº875/2007, que aprova o Código de Processo Ético-Profissional no âmbito do Sistema CFMV/CRMVs, e nº1049/2014, que estabelece normas e procedimentos no âmbito dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária na elaboração das Propostas e Reformulações Orçamentárias, Confecção de Balancetes, Prestação de Contas e Relatórios de Gestão, e dá outras providências.
Diretores dos CRMVs:
Valéria Rocha Cavalcanti – Presidente do CRMV-PB “É a união do Sistema CFMV/CRMVs. Vou levar ao nosso estado como gerenciar melhor processos. Parabenizo o CFMV pela criação do NAR”.
Francisco Gomes Fernandes – Vice-presidente do CRMV-PB “Foi um crescimento pessoal e profissional. Transparência e probidade. O Sistema nos representa”.
Adriano Fernandes Ferreira – Secretário-geral do CRMV-PB “Vamos levar para Paraíba esta experiência para melhor desempenharmos nossas funções”.
Nina Toralles Caniello – Tesoureira do CRMV-PB “Vai ser importante para a gestão, para nossa transparência”.
Jose Ricardo Soares da Silva – Presidente do CRMV-RR “Privilégio fazer parte deste programa. Uma semana intensa de trabalho”.
Jose Kleber Oliveira de Farias – Vice-presidente do CRMV-RR
Yeda Suely de Souza Rodrigues – Secretária-geral do CRMV-RR
Nos dias 10 e 11 de março, os integrantes da diretoria e conselheiros do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) realizaram a 333ª Sessão Plenária Ordinária, em Brasília (DF).
Outras questões debatidas nesta sessão foram a estrutura e competências da Controladoria do CFMV e A composição da Comissão de Avaliação que analisará as indicações para a Comenda Muniz Aragão, que o CFMV concederá, em junho, aos médicos-veterinários que tenham prestado relevantes serviços à Medicina Veterinária Militar Brasileira e ao fortalecimento da Veterinária Militar.
Houve também apreciação de reformulação orçamentária dos conselhos regionais e análises de recursos administrativos.
Participação
A sessão foi presidida pelo presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida. Participaram o secretário-geral, Helio Blume; o tesoureiro, Wanderson Alves Ferreira; e os conselheiros efetivos Cícero Araújo Pitombo, João Alves do Nascimento Júnior, José Arthur de Abreu Martins, Wendell José de Lima Melo, Therezinha Bernardes Porto e Francisco Atualpa Soares Júnior.
Embora não haja nenhuma confirmação do Covid-19 (coronavírus) no estado da Paraíba e, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde para evitar aglomerações, o CRMV/PB decidiu cancelar os eventos CRMV/PB Itinerante e a palestra Cirurgias de Rotina em Grandes Animais, marcadas para os próximos dias 19 e 20 de março, como medida de saúde preventiva.
A decisão visa preservar a saúde dos profissionais, diretores, colaboradores e demais participantes dos eventos.
Sobre as reuniões, solenidades de entregas de carteiras e demais eventos divulgados pela Autarquia, os mesmos terão definição de novas datas, que serão analisados cuidadosamente pela Diretoria e comunicada com antecedência pelo Regional.
O CRMV/PB agradece a compreensão de todos à essa decisão.
Em apoio à Campanha Março Amarelo e para esclarecer sobre a importância e tratamentos dos preventivos de doenças renais em cães e gatos, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) conversou com os médicos- veterinários Marcus Campos Braun, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Espírito Santo (CRMV-ES), e Roberto Luiz Lange, integrante Comissão Nacional de Estabelecimentos Veterinários (CNEV/CFMV).
Sintomas
Em cães e gatos a doença só aparece clinicamente quando 75% da função renal já está comprometida. Ela não escolhe idade, mas a partir dos 6 anos é quando ela ocorre na maioria dos casos. “O melhor jeito de evitar é prevenir, por meio de exames de sangue e de imagem, realizados por um profissional habilitado. Quanto mais cedo diagnosticada a doença, maiores serão a chances de controle a longo prazo, com aumento da longevidade do paciente”, alerta Lange.
O principal sintoma nos animais é o aumento da sede, mas pode haver vômitos, mau hálito, diminuição do apetite, apatia (paciente depressivo) e perda de peso, entre outros.
Uma vez instalada, a doença renal, na maioria dos casos, é progressiva e degenerativa. O tratamento é complexo, pois requer ajustes frequentes na terapia, em decorrência da causa e possíveis complicações de outras patologias.
A piora do quadro pode ser notada pelo comportamento e pelos exames do animal. “A internação costuma ser uma opção frequente e com resultados satisfatórios”, esclarece Braun. Ele explica que, nos casos em que o paciente não responde ao tratamento, é possível submetê-lo à hemodiálise. “A máquina filtra o sangue do animal. A indicação vai depender do quadro clínico, da etiologia da insuficiência renal (IR), das taxas renais, da resposta ao tratamento conservador e da disponibilidade financeira do tutor. Animais com peso abaixo de cinco quilos não podem fazer esse procedimento”, diz.
Apesar de a doença não ter cura, ela pode ser controlada e oferece ao portador uma vida quase normal. “Os tutores são peças fundamentais para o suporte e uma boa vida a esses pets”, assegura o presidente do CRMV-ES.
Lange compartilha a mesma opinião. Para ele, além do olho do dono do animal, é imprescindível também o acampamento de um médico-veterinário, a fim de evitar procedimentos mais complexos, como a hemodiálise. “O tutor deve ficar atento à hidratação contínua do animal, manejo da alimentação com rações específicas e ajustes das dosagens de medicamentos que têm excreção renal”, alerta.
Em casos mais complicados, há a possibilidade de transplante, mas a prática ainda não é rotineira na Medicina Veterinária de animais companhia. “Os resultados mundiais são satisfatórios, aumentando a taxa de sobrevida entre três e cinco anos, em gatos. Em cães, os estudos ainda devem ser continuados para ter êxito”, diz Lange.
O transplante é considerado um tratamento caro, com valor em torno de 20 mil dólares e taxa de sucesso de aproximadamente 40%. “É preciso ter um doador de tamanho e estrutura similar que seja compatível. Após a cirurgia, o paciente ainda irá tomar medicações contra rejeição e deve fazer acompanhamento periódico com médico-veterinário”, resume Braun.
Saiba mais
Os rins atuam filtrando os resíduos do sangue e mantendo o equilíbrio hídrico e mineral do corpo. Alterações em sua função caracterizam as doenças renais e, ao surgirem os sintomas da insuficiência renal (IR), geralmente a perda de função do rim é de 60 a 75%.
Com o aumento da expectativa de vida dos animais, o aumento da IR é uma realidade, mas dispondo de novos recursos na Medicina Veterinária, o diagnóstico pode ocorrer precocemente e garantir o aumento de qualidade e de tempo de vida.
Estatística
A IR é mais comum em cães idosos, mas também acomete animais jovens e gatos. Entre suas diversas causas estão o problema primário (animais idosos) ou secundário (intoxicação, envenenamento, uso prolongado de medicações, pacientes oncológicos, cardiopatas, hipertensos e diabéticos, entre outros).
A doença renal na sua forma crônica acomete de 0,5% a 1% dos cães idosos e de 1% a 3% dos gatos idosos. Dentre cães, as raças mais predispostas e mais comuns no nosso país, são o Cocker Spaniel Inglês, Bull Terrier, Shnauzer Miniatura, Rottweiler, Golden Retrievier, Lhasa Apso, Shih- Tzu, West Highland Terrier e Poodle. Já em gatos, as raças mais suscetíveis são Persa, Exótico e o Abissínio.
Alimentação recomendada
Atualmente, diversos fabricantes de alimentos para cães e gatos dispõem de alimentos específicos para esse fim. Esses alimentos têm a finalidade de ajudar no controle da doença com a diminuição dos níveis de proteína, fósforo e sal na dieta.
Há medicações seguras e que podem ser tomadas a longo prazo para o tratamento dos sintomas, bem como dietas nutracêuticas, com alimentos para o paciente renal e suplementos que auxiliam a melhora do seu quadro clínico.
Marcus Campos Braun
Médico-Veterinário formado pela Faculdade Pio X, em Aracaju (SE). Pós-graduado em clínica geral, clínica cirúrgica, anestesiologia, dermatologia, terapia intensiva e medicina intensiva em pequenos animais. Responsável técnico e proprietário de um Clínica Veterinária em Vitória (ES) e presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Espírito Santo (2018-2021).
Roberto Luiz Lange
Graduou-se em Medicina Veterinária na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Tem pós-graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), em 2001. É ex-presidente da Anclivepa do Paraná e sócio-fundador da Associação Brasileira de Hospitais Veterinários (ABHV) e diretor-geral de um Hospital Veterinário, em Curitiba (PR). Integra a Comissão Nacional de Estabelecimentos Veterinários (CNEV/CFMV).
A diretoria do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Paraíba (CRMV/PB) participou na terça-feira (10/03), da 333ª Sessão Plenária Ordinária do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), na sede da Autarquia Federal, em Brasília-DF.
Durante esta semana, a diretoria participará de reuniões e treinamentos com objetivo de discutir questões administrativas relacionadas a processos organizacionais do Sistema CFMV/CRMVs. Os trabalhos no CFMV seguem até sexta-feira (13/03).
Além da presidente do CRMV/PB, Méd. Vet. Valéria Rocha Cavalcanti, também participam das reuniões o vice-presidente, Zoot. Francisco Gomes Fernandes, o secretário-geral, Méd. Vet. Adriano Fernandes Ferreira e a tesoureira Méd. Vet. Nina Toralles Caniello.
Nota elaborada durante a 333ª Sessão Plenária Ordinária do Conselho Federal de Medicina Veterinária repudia o desrespeito ao Código de Ética representado por um aplicativo oferecendo castrações gratuitas na Região Metropolitana de Recife (PE). Não podemos aceitar a flexibilização dos aspectos técnicos e éticos da atuação profissional, principalmente quando isso é feito com fins eleitoreiros.
Ao cumprir seu papel de atuar em observância à legislação que rege o exercício da Medicina Veterinária, o médico-veterinário Marcelo Weinstein Teixeira, presidente do CRMV-PE, vem sofrendo ataques levianos e ofensas. A ele oferecemos nosso apoio e desagravo. Confira a seguir o texto completo.
NOTA DE REPÚDIO E DE DESAGRAVO
Os Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária (Sistema CFMV/CRMVs) cumprem o honroso papel de regulamentar e fiscalizar o exercício da medicina veterinária, o que fazem tendo como objetivo final a proteção da sociedade em geral (usuária e destinatária dos serviços prestados pelos profissionais) e a garantia do bem-estar dos animais.
Não por outro motivo que o Sistema CFMV/CRMVs, nas Resoluções editadas (com destaque para o Código de Ética, nº 1.138/2016, e para a Resolução que define os maus-tratos, nº 1.236/2018), enfatiza a importância de o atendimento aos animais se dar de forma presencial, pois o contato com o paciente se revela imprescindível para o correto diagnóstico e consequente assistência e tratamento.
E por se tratar de profissão voltada à garantia da saúde (compreendida a saúde animal, humana e ambiental – saúde única), os aspectos técnicos da atuação do médico-veterinário devem prevalecer na relação com os proprietários dos animais, razão pela qual o Código de Ética impõe limites à divulgação de serviços prestados gratuita ou promocionalmente.
A atuação assistencial e filantropa por parte dos médicos-veterinários é permitida, sendo vedado apenas que os profissionais se valham de tal atuação para angariar clientes e, assim, potencialmente induzir em erro os consumidores e desprestigiar a profissão.
É nesse contexto que o Conselho Federal de Medicina Veterinária repudia, de modo veemente, todas as tentativas de flexibilização dos aspectos técnicos e éticos da atuação profissional.
O repúdio se intensifica quando identificamos nos (falaciosos) discursos e ‘posts’ o caráter ‘eleitoreiro’ (lembremos que 2020 é ano de eleições municipais) e o nítido propósito de tutelar interesses ou benefícios pessoais.
Também são causa de repulsa os ataques pessoais feitos àqueles que cumprem o papel institucional de garantir o respeito à legislação, razão pela qual o Conselho Federal de Medicina Veterinária vem a público desagravar o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do estado de Pernambuco (CRMV-PE), médico-veterinário Marcelo Weinstein Teixeira, que tem sido alvo de ofensas ilegítimas, levianas e ilegais.
A presente nota, então, a um só tempo repudia as nefastas tentativas de violação de preceitos técnicos e éticos e desagrava o presidente do CRMV-PE, que nada fez além de atuar em observância à legislação que rege o exercício da Medicina Veterinária.
Nos dias 19 e 20 de março, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Paraíba (CRMV/PB), realizará o CRMV/PB Itinerante, em Campina Grande/PB.
Durante os dois dias profissionais, empresas e a sociedade, poderão resolver assuntos administrativos, junto ao Conselho, Também será realizada a plenária ordinária e a palestra Cirurgias de Rotina em Grandes Animais, ministrada pelo Prof. Eldinê Gomes.
Sobre o CRMV/PB Itinerante
Quando: 19/03 das 12h às 17h / 20/03 das 08:30h às 17h
Onde:
Parque de Exposições Carlos Pessoa Filho – Av. Assis Chateaubriand, 44 – Campina Grande – PB, 58475-000
Palestra: CIRURGIAS DE ROTINA EM GRANDES ANIMAIS
Palestrante: Prof. Eldinê Gomes de Miranda Neto – 19/03 às 14h
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estabeleceu as regras e os procedimentos para a avaliação zoogenética, que é o requisito necessário para a inscrição de reprodutores das espécies bovina, bubalina, ovina e caprina em centros de coleta e processamento de sêmen (CCPS).
Segundo a Instrução Normativa (IN) nº 13, os profissionais que atuam na área de reprodução com finalidade de comercialização de sêmen deverão comprovar por meio de genotipagem de DNA a qualificação de parentesco com seus genitores e apresentar o laudo do seu perfil alélico (sequência genética), realizados em laboratório credenciado pelo Mapa.
O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1975. Neste ano, o tema é Eu sou a Geração Igualdade: concretizar os direitos das mulheres e está alinhado à nova campanha multigeracional da ONU Mulheres, chamada Geração Igualdade, a qual marca o 25º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim.
A história do Sistema Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária (CFMV/CRMVs) é escrita com a participação relevante de médicas-veterinárias e zootecnistas. Elas honram suas profissões, colaborando para o desenvolvimento do Brasil, impactando diretamente a saúde animal e humana, e preservando o meio ambiente, conceito sintetizado pelo termo Saúde Única.
Seja no campo, nas clínicas, nas indústrias, no trabalho administrativo ou político, elas não medem esforços para valorizar as classes. Os números confirmam a importância e influência delas no mercado de trabalho. Existem atualmente mais de 90 mil médicas-veterinárias e zootecnistas registradas nos conselhos, o que corresponde a 48,93% do total de profissionais inscritos.
Além disso, há seis mulheres ocupando as cadeiras das presidências dos regionais:
Annelise Tenório ( Presidente do CRMV- Alagoas)
Francisca Neide Costa (Presidente do CRMV-Maranhão)
Lisandra Dornelles (Presidente do CRMV- Rio Grande do Sul)
Maria Antonieta Martorano (Presidente do CRMV – Pará)
Márcia Helena da Fonseca ( Presidente do CRMV-Tocantins)
Valéria Rocha Cavalcanti ( Presidente do CRMV-Paraíba).
Em homenagem a todas as mulheres do país e, em especial, às médicas-veterinárias e zootecnistas, duas presidentes dos CRMVs contam suas experiências:
Valéria Rocha Cavalcanti Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB)
Quais os principais progressos que você considera como conquistas das mulheres brasileiras e quais os principais desafios a serem superados em nossa sociedade?
Sem dúvida, foram o direito ao voto e a métodos contraceptivos. Hoje escolhemos quem queremos que represente nossos direitos e quando e se queremos exercer a maternidade e ter filhos.
Os desafios são constantes e nos movem, nunca vamos parar de querer conquistar e nos superar perante uma sociedade que ainda é machista e se comporta como tal. Nosso maior desafio é fazer o homem entender que, hoje, nós temos o livre arbítrio, seja na vida pessoal ou profissional e, se quisermos, podemos criar nossos filhos sozinhas, se queremos ou não casar ou ficar casadas. Para isso, pagamos muitas vezes um preço alto, seja o julgamento da sociedade ou o desrespeito de companheiros e familiares.
Dos profissionais registrados no Sistema CFMV/CRMVs, 48,93% são do sexo feminino. Como você analisa as condições do trabalho das mulheres veterinárias e zootecnistas em relação aos direitos trabalhistas e ao exercício da profissão?
Várias áreas da Medicina Veterinária e da Zootecnia são consideradas masculinas, por serem cursos da área de agrárias e de campo, mas as mulheres já estão ganhando espaço com respeito à sua capacidade. Ainda temos um longo caminho a percorrer, tivemos um ganho considerável nas contratações, nas diversas áreas de atuação dos dois cursos. Mesmo sendo, às vezes, até mais capacitada para desenvolver o trabalho, a mulher ainda é discriminada em relação à sua condição. Temos salários menores do que os dos homens que desenvolvem o mesmo trabalho ou somos consideradas frágeis para determinados trabalhos.
Como o CRMV do seu estado tem tratado as demandas específicas das mulheres profissionais, no que se refere às condições e relações de trabalho e à pluralidade de suas atuações?
Minha gestão é recente, não temos nem seis meses, mas estamos iniciando com a campanha do Dia da Mulher, com história de médicas-veterinárias e zootecnistas em trabalhos e condições diferenciadas, como matadouro, zoológico, empresária, profissionais cadeirantes e transexuais, entre outras. Vamos mostrar que a mulher é determinada, guerreira, forte, capacitada e pode e deve ser inserida cada vez mais em funções executadas somente por homens, no passado.
Márcia Helena da Fonseca – presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Tocantins (CRMV-TO)
Quais os principais progressos que você considera como conquistas das mulheres brasileiras e quais os principais desafios a serem superados em nossa sociedade?
Olhando a História, a transição do século XX para esse início do século XXI, estamos presenciando cada vez mais de inserção das mulheres no mercado de trabalho, fato explicado historicamente pela combinação de fatores evolutivos culturais, econômicos e sociais. Porém ainda são diversas as desigualdades e as mulheres ainda passam por inúmeras dificuldades em seus trabalhos com as quais os homens não precisam lidar, por exemplo a diferença salarial, o número menor de mulheres nos cargos de decisão e na política participativa e o equilíbrio entre atividades domésticas versus o emprego.
Dos profissionais registrados no Sistema CFMV/CRMVs, 48,93% são do sexo feminino. Como você analisa as condições do trabalho das mulheres veterinárias e zootecnistas em relação aos direitos trabalhistas e ao exercício da profissão?
Os médicos-veterinários e zootecnistas ocupam mais de 80 áreas de atuação, cada uma, o que demonstra a força que temos e o quanto contribuímos para o PIB brasileiro e o desenvolvimento do país.
Importante ressaltar que no Sistema CFMV/CRMVs já são 48,93% as médicas-veterinárias e zootecnistas registradas, demonstrando a evolução quantitativa e qualitativa dentro do mercado de trabalho. São guerreiras que acordam todos os dias para contribuir para suas áreas de atuação em um trabalho de excelência.
Entretanto, quando olhamos alguns indicadores de trabalho, como, por exemplo, em cargos de decisão dentro do país o número de mulheres ainda é pequeno, o que demonstra que temos que evoluir ainda nesse quesito de igualdade e competência profissional.
Como o CRMV do seu estado tem tratado as demandas específicas das mulheres profissionais no que se refere às condições e relações de trabalho e à pluralidade de suas atuações?
Estamos atuantes em prol do desenvolvimento dos profissionais da Medicina Veterinária e Zootecnia, na valorização e criação de postos trabalho, na defesa da valorização, da importância e da ética aos médicos-veterinários e zootecnistas, levando sempre a importância da atuação desses profissionais, independentemente do gênero, visando ao incentivo por mérito, atitude e competência. Entretanto, o número de mulheres atuantes no Tocantins (34%) ainda é bem menor do que o de homens. Temos feito um trabalho educativo para incentivar essas mulheres formadas a buscar oportunidades no mercado de trabalho.
O Tocantins é o estado mais novo do Brasil, criado em 1998, onde muitas mulheres foram pioneiras na Medicina Veterinária e Zootecnia – podemos citar a Dra. Arlette Mascarenhas, primeira presidente mulher de um CRMV no Brasil. Há muitas outras desbravadoras no desenvolvimento do estado, com personalidades fortes e atuantes, fazendo história. Mas, no contexto geral, temos que continuar incentivando ainda mais a participação da mulher no exercício da profissão, das políticas públicas e de muitas outras áreas que influenciam a Medicina Veterinária, a Zootecnia e as gerações futuras.
************
Projeto de Lei prevê participação de mais mulheres nos conselhos profissionais
Um Projeto de Lei do Senado (PLS) estabelece percentual mínimo para cada sexo na composição dos órgãos executivos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dos conselhos fiscalizadores de outras profissões regulamentadas. O texto do PLS 414/2018 assegura a presença de pelo menos 30% de homens e 30% de mulheres nesses órgãos. A matéria foi incluída na pauta da reunião da Comissão de Constituição Justiça e Cidadania (CCJ) da próxima terça-feira (10).
De acordo com o projeto, são considerados órgãos executivos a Presidência, a Vice-Presidência, as diretorias e as corregedorias da OAB e dos demais conselhos fiscalizadores. Caso o percentual mínimo não seja cumprido, prevê a anulação da eleição para renovação do órgão.
O texto prevê uma regra de transição: os órgãos poderão optar por reservar o percentual mínimo de 10% das vagas para cada sexo, no primeiro ano após a entrada em vigor da lei, e 20% no segundo ano. Se aprovado, as regras só começam a valer um ano após a publicação da lei.
Vice-presidente do CFMV homenageia o Dia Internacional da Mulher
A evolução da humanidade tem permitido o resgate histórico do real papel da mulher em nossa sociedade. O que era, a princípio, um processo lento e com muitos percalços, hoje é notado como prioridade absoluta e irreversível.
A capacidade feminina, em todas as áreas, é uma verdade incontestável, contribuiu desde sempre e continua a contribuir para um mundo melhor para todos, inclusive em situações em que superaram os resultados dos representantes masculinos.
Reflexo da realidade atual, temos o mesmo cenário na Medicina Veterinária e Zootecnia, assim como em nosso Sistema Conselho Federal e Regionais de Medicina Veterinária.
Comemoramos hoje o que devemos buscar todos os dias, o reconhecimento e a valorização das mulheres.
Às mulheres do CFMV, nossos parabéns!
Luiz Carlos Barboza Tavares, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária
No mês em que se comemora o dia Internacional da Mulher, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Paraíba (CRMV/PB) parabeniza as Médicas Veterinárias e as Zootecnistas pela sua atuação, nas diferentes áreas, em prol da saúde única.
A primeira presidente mulher do CRMV/PB, Méd. Vet. Valéria Cavalcanti, destaca que as mulheres vêm alcançado mais espaços no mercado de trabalho, mostrando suas qualificações e competências nas áreas que atuam, e acrescenta, “eu, como mulher e Médica Veterinária sei das dificuldades enfrentadas no setor, os preconceitos são muitos, felizmente estamos conquistando nosso espaço na sociedade e comprovando que temos competências técnicas e habilidades para atuar em prol da saúde animal, saúde humana e meio ambiente”, pontua Cavalcanti.
Durante o mês de março o Conselho publicará em suas redes sociais, profissionais Médicas Veterinárias e Zootecnistas, em suas diversas áreas de atuação.
O CRMV/PB parabeniza todas as mulheres, em especial as Médicas Veterinárias e Zootecnistas.
Mulher! Você tem o nosso respeito e a nossa admiração.