Na última sexta-feira (12), a equipe de fiscalização do Núcleo Regional da Sudema em Patos, em ação realizada em Cachoeira dos Índios, localizou uma criação de passeriformes sem a devida autorização do órgão ambiental. Segundo informações do fiscal Edson Oliveira, 18 aves estavam sendo criadas de forma irregular em uma residência do município. “Encontramos aves de cinco espécies: galo de campina, maria fita, sabiá laranjeira, golado e azulão. Todas foram soltas em seu habitat natural. Além disso, aplicamos multa ao responsável e realizamos a apreensão das gaiolas”, explicou.
Para a criação de passeriformes de maneira regular, é preciso realizar o cadastro no Sispass, através da Sudema. Para maiores informações, a população pode entrar em contato através dos telefones (83) 3221-6161 e (83) 98844-1908, das 8h às 13h, ou do e-mail ceasudemapb@gmail.com.
Os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (CRMVs) têm até o dia 31 de julho para indicar médicos-veterinários e zootecnistas aos prêmios Paulo Dacorso Filho e Professor Octávio Domingues, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).
O Paulo Dacorso é outorgado a médico-veterinário que tenha realizado relevantes serviços à ciência veterinária e ao desenvolvimento agropecuário do país. Já o Octávio Domingues premia zootecnistas brasileiros que tenham realizado relevantes serviços ao desenvolvimento agropecuário do Brasil.
A premiação é anual e a avaliação dos candidatos é feita pela Comissão de Avaliação e Julgamento, constituída pelos conselheiros do CFMV. Os vencedores são definidos por voto, em sessão plenária. Os estatutos dos prêmios constam na Resolução CFMV nº 677, de 14 de dezembro de 2000, que estabelece as normas do Paulo Dacorso Filho; e na Resolução CFMV nº 870, de 10 de dezembro de 2007, referente ao Prêmio Professor Octávio Domingues.
As indicações devem encaminhadas ao gabinete da presidência do CFMV, conforme ofício enviado aos presidentes dos CRMVs. Os vencedores recebem, cada um, placa, medalha e bóton, em solenidade que, neste ano, será indicada e comunicada posteriormente.
No dia Mundial do Doador de Sangue o CRMV/PB reforça a importância de salvar vidas através da doação de sangue.
Em tempo de pandemia da Covid-19 os estoques dos hemocentros estão baixos e muitas vidas precisam da sua ajuda.
Segundo o Hemocentro da Paraíba o plasma de pacientes recuperados da Covid-19 pode ajudar no tratamento de pacientes graves com o novo coronavírus. Os critérios para ser um possível doador são: ter entre 18 e 65 anos, apresentar um laudo comprovando o teste RT-PCR positivo, estar a 30 dias sem os sintomas do Covid-19, a mulher deve ser nuligeste (nunca engravidou) e o doador não deve ter sido hospitalizado em virtude da doença. Se você está dentro dos critérios fale com o Hemocentro da Paraíba e agende sua doação pelo Whatsapp (83) 3133-3465.
Médico Veterinário e Zootecnista contamos com a sua ajuda. Procure o Hemocentro mais perto de você!
Assessoria de Comunicação do CRMV/PB com informações do Hemocentro da Paraíba
Na última quarta-feira (10/06), o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) transmitiu ao vivo, pelo Instagram, a entrevista com o vice-presidente e diretor científico do Instituto Vital Brazil, o médico-veterinário Luis Eduardo Ribeiro da Cunha. Ele falou sobre o soro criado a partir do plasma de cavalos que poderá ser usado contra a covid-19; a atuação do médico-veterinário na pesquisa e desenvolvimento de medicamentos humanos; e muito mais. Assista ao vídeo completo.
Com o objetivo de promover o desenvolvimento técnico, cultural, social e econômico do país no ramo da Medicina Veterinária, a Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária (SBMV) chegou ao seu centenário no dia 9 de junho. Com um live realizada pelo YouTube, a entidade comemorou seu primeiro século de atividades debatendo sua importância para a sociedade.
O secretário-geral do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Helio Blume, participou do evento virtual, juntamente com o presidente da SBMV, Luiz Carlos Rodrigues Cecílio, e outras autoridades que atuam pelo desenvolvimento da Medicina Veterinária, como a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Teresa Cristina; e o senador da República e médico-veterinário, Wellington Fagundes.
“Saudamos a importância dessa data, agrademos a oportunidade de participar, sempre destacando a nossa a preocupação de continuar desenvolvendo políticas e ações que enalteçam a nobreza da nossa profissão, trabalhando para que a Medicina Veterinária seja cada vez mais conhecida pela sociedade”, celebrou Blume.
Com o enfretamento da pandemia de covid-19, o secretário-geral do CFMV destacou que os médicos-veterinários são profissionais conscientes da responsabilidade que têm, especialmente nos momentos de crise. “Temos colegas espalhados pelo mundo capitaneando pesquisas em laboratórios para produção de vacina”, destacou Blume. “Vamos continuar trabalhando para que o país atinja seus objetivos, apoiando o agronegócio, com a certeza de que essa será a atividade que irá estabilizar esse momento tão delicado”, disse.
Centenário
Como anfitrião do encontro on-line, antes de falar sobre os feitos da Sociedade, Cecílio fez uma saudação ao médico-veterinário Milton Thiago de Mello, hoje com 104 anos, pela longa trajetória profissional e seus 80 anos de contribuição à área, formado pela primeira turma da Escola de Medicina Veterinária do Exército.
Das vitórias, Cecílio destacou a realização do primeiro Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária, em 1922, como parte das comemorações do centenário da independência do Brasil. “A partir daí, outros 43 congressos se seguiram, constituindo-se como grande fórum de debate, com eclosão de ideias, que foram transformadas em importantes conquistas”, disse.
O presidente da Sociedade também salientou a primeira regulamentação da profissão com o Decreto 23.133, em 1933; a criação do Sistema CFMV/CRMVs em 1968 com a Lei 5.517; e o primeiro código de ética da profissão.
“Agora estamos celebrando uma trajetória secular, na qual contabilizamos importantes cometimentos. Em todas as grandes conquistas da profissão no país a marca Sociedade é certamente encontrada. Registramos uma escalada de cem anos e suas sensíveis vitórias”, afirmou o presidente da SBMV
Participação
A ministra Tereza Cristina comemorou a data especial, ressaltando que esse centenário é para poucas profissões. “Os médicos-veterinários brasileiros contribuíram e muito para o desenvolvimento da nossa pecuária nacional. Agradeço por fazerem tanto pelo nosso país”, reconheceu.
Completar cem anos é algo de extrema relevância, considerou o senador Fagundes. “Estamos buscando um caminho de fortalecer cada vez mais a nossa nobre profissão, por meio dessa entidade que tem parte fundamental no conjunto da Saúde Pública, e também a sua reconhecida atuação como instrumento de união dos médicos-veterinários, estabelecendo o elo central do inter-relacionamento das entidades de Medicina Veterinária do país, ajudando a promover a necessária integração das nossas estruturas”, disse o senador.
A live foi coordenada pelo presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária (ABMV), Josélio Andrade Moura, que destacou o trabalho da vigilância agropecuária, tanto na parte veterinária, como na econômica. “É um trabalho de extrema importância, pois é a primeira barreira para entrada de enfermidades. O Brasil hoje tem sua estabilidade nessa área graças ação da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa”, destacou
Participaram também da live do centenário da SBMV, o médico-veterinário titular da ABMV e ex-presidente da SBMV, René Dubois; o presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa Brasil), Saliem Sayeg; o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Leal; o diretor de Departamento de Saúde Animal do Mapa, Geraldo Marcos de Moraes; e a diretoria do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa, Ana Lúcia Viana.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Paraíba (CRMV/PB) encaminhou ofício à Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (SEDAP-PB), recomendando a prorrogação da campanha de vacinação contra a febre aftosa no Estado.
Durante a 243ᵃ Sessão Plenária Ordinária, realizada em 28 de maio de 2020, foi decidido solicitar, de forma excepcional, prorrogar a aquisição de vacina contra a febre aftosa em todas as regiões do Estado, até o dia 15 de julho de 2020 e a comprovação da aplicação da vacinação até 15 de agosto de 2020.
O Conselho entende que tais recomendações se baseiam em evitar a aglomeração de pessoas durante o período de isolamento social, nas dificuldades de locomoção ocasionadas pela legislação vigente dos governos estadual e municipal, bem como a importância de priorizar a saúde e a segurança dos profissionais Médicos Veterinários e Zootecnistas, envolvidos na campanha.
No dia 7 de junho de 2020 é celebrada a segunda campanha “Segurança dos Alimentos, responsabilidade de todos”, realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O material explica, ainda: “Em um mundo em que a cadeia de suprimento de alimentos se tornou mais complexa, qualquer incidente adverso à segurança de alimentos pode ter efeitos negativos globais, um impacto negativo na saúde pública, no comércio e na economia. Todo o mundo tem um papel a desempenhar, do campo à mesa, para garantir que os alimentos que consumimos sejam seguros e não causem danos à nossa saúde. Os alimentos inócuos são fundamentais para a promoção de saúde e da erradicação da fome, dois dos 17 Objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (ODS). Este dia internacional é uma oportunidade para fortalecer os esforços para reduzir o risco de doenças transmitidas por alimentos e garantir que os alimentos que ingerimos sejam seguros.”
Evento
A Opas/OMS transmite, ao vivo, no dia 8 de junho (segunda-feira), às 13h, um seminário sobre Mercados de Alimentos Seguros. O objetivo é celebrar a data e reconhecer o trabalho de pessoas que atuam em toda a cadeia de produção de alimentos, tais como médicos-veterinários, zootecnistas, agricultores, transportadores, varejistas, compradores, vendedores e consumidores. Serão homenageados, especialmente, todos os atores da cadeia de produção de alimentos por continuarem ativos mesmo em situações de crise, como na atual emergência da covid-19, e reconhecer sua dedicação em garantir um fornecimento contínuo e seguro dos alimentos.
A organização enfatiza “a importância dos mercados tradicionais de alimentos, que desempenham um papel essencial, como a principal fonte de alimentos frescos e acessíveis para diversos grupos de baixa renda e uma importante fonte de subsistência para milhões de habitantes urbanos e rurais na região das Américas. Os mercados tradicionais são o coração da atividade econômica de muitos municípios, são essenciais para a segurança alimentar, porém estão propensos a riscos e foram identificados como fonte potencial de vários surtos de doenças transmitidas de animais vivos para seres humanos, como SARS, gripe aviária e, mais recentemente, SARS-CoV-2 (covid-19). É por isso que, durante esse dia, compartilharemos experiências sobre como garantir a continuidade das operações e melhorar a segurança dos alimentos nos mercados tradicionais.”
Acesse o link para ter acesso à notícia na íntegra, fazer inscrição e participar do evento, que será transmitido em espanhol. A hashtag #inocuidaalimentaria identificará nas redes sociais as atividades e postagens relacionadas à data.
No dia 07 de junho, às 16 horas, oConselho Regional de Medicina Veterinária do Piauí (CRMV-PI), promove um detabe no You Yube com o tema “Sistema de Gestão Integrado do Campo à Mesa para a Segurança dos Alimentos”. Com as participações de José Maria dos Santos Filho, presidente da Comissão Nacional de Tecnologia e Higiene Alimentar do CFMV ( CONTHA), Lidiana de Siqueira Nunes Ramos, presidente da Comissão Regional de Higiene, Inspeção e Tecnologia de Alimentos do CRMV-PI, e Isabelle Campello, presidente da Comissão de Estadual de Alimentos do CRMV-RJ,
O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado anualmente, em 5 de junho, por coincidir com a data de realização da Conferência de Estocolmo, em 1972. Na ocasião, teve início uma mudança no modo de se ver e tratar as questões ambientais ao redor do mundo, além de serem estabelecidos princípios para orientar a política ambiental do planeta.
A professora-doutora e médica-veterinária Elma Pereira dos Santos Polegato faz um alerta. “São muitos os problemas que afetam o meio ambiente. A atual Agenda Ambiental Mundial estabelece até 2030 para que os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) sejam alcançados por meio do cumprimento das 169 metas elaboradas e pactuadas pelos estados-membros das Nações Unidas. Ocorre que já é o quinto aniversário da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, mas ainda não há dados suficientes para rastrear a dimensão ambiental dos ODS, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma)”, afirma.
Polegato registra também que “o ponto-chave é que não se pode mais ignorar que o ser humano já vem sofrendo as consequências de todas as destruições ambientais, como aquecimento global, enchentes, secas, tsunamis, poluição, desmatamento, incêndios florestais, extinção de espécies, doenças emergentes e reemergentes, dentre outras cometidas por ele em nome do ‘desenvolvimento’”, defende.
A médica-veterinária comenta que, no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o ano de 2020 é considerado decisivo para a biodiversidade e as emergências climáticas, em que os principais encontros internacionais definiriam o tom e a agenda da ação ambiental para a próxima década. “Entretanto, tais definições ficaram comprometidas por mais um alarme que a Natureza enviou à humanidade, com a ocorrência, num curto espaço de tempo, da pandemia da covid-19 que o planeta enfrenta”, comenta Polegato.
No entanto, ela destaca que não foi a Natureza que criou o monstro do novo coronavírus e, sim, a falta de respeito com ela, a partir do uso insustentável dos recursos naturais, a destruição da vida selvagem e a crise climática desencadeada pelas atividades humanas. “Vários alertas foram emitidos. Como exemplos recentes, temos o ebola, a gripe aviária, a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), o vírus Nipah, a febre do Vale Rift, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), a febre do Nilo Ocidental e o zika vírus, todos passados de animais para seres humanos, e, agora, o coronavírus. O comportamento humano faz com que essas doenças se espalhem para os seres humanos, na maioria das vezes”, detalha a médica-veterinária.
Para Polegato, esses eventos se devem ao fato de a humanidade ter sobrecarregado os sistemas naturais necessários para sua subsistência, cujas sérias consequências explicam, na prática, a atual crise ambiental, marcada pela perda de biodiversidade e de habitat, pelo aquecimento global e pela poluição tóxica, principalmente. “Ecossistemas, para existirem, abrigam grande diversidade de vida e, atualmente, há perda contínua desses espaços naturais, aproximando o homem demasiadamente de animais e plantas que abrigam doenças e, por vezes, acelerando a transmissão de patógenos para os seres humanos. É comprovado que 75% das doenças infecciosas emergentes têm origem na vida selvagem”, assinala.
Essa situação se agrava, explica a professora Polegato, com as mudanças climáticas e seus efeitos, que têm levado a inundações, desertificação, ciclones, tsunamis, queimadas e outros desastres naturais ligados ao aumento da temperatura no planeta. “Tais ocorrências favorecem o aumento de vetores e patógenos, os quais são formas de vida que mais facilmente se adaptam a essas mudanças, elevando também a possibilidade de se adequarem a novos hospedeiros, inclusive o homem”, diz.
Nesse aspecto, a urbanização também influencia a ocorrência de doenças de maneira peculiar, assinala a médica-veterinária. “Sistemas de drenagem e eliminação de resíduos inadequados fornecem condições para vetores de artrópodes, roedores e aves transmitirem patógenos. A alta densidade populacional em assentamentos periurbanos é outro fator crítico para esse contato, promovendo a disseminação de patologias infecciosas”, pontua Polegato.
A médica-veterinária também ressalta que, em termos de patologias, a biodiversidade é essencial para preservar a saúde de pessoas, animais e meio ambiente, pois a conservação da biodiversidade reduz o risco geral de transmissão de patógenos, por meio de algo conhecido como efeito de diluição. “Isso ocorre porque, em uma população de hospedeiros mistos, alguns seriam hospedeiros ‘sem saída’, não permitindo a ocorrência de infecções. Por isso, conservar a biodiversidade é uma maneira de mitigar a propagação de doenças”, destaca.
A relação da natureza interconectada de toda a vida na Terra poderia gerar “um ambicioso marco pós-2020 de biodiversidade, mas para que ele aconteça é necessário o esforço e comprometimento de cada um de nós”, afirma. “Geralmente, o ser humano se exclui do meio ambiente, mas é dele parte integrante, pois faz parte da diversidade biólogica existente e tão necessária, sendo que todas as ações humanas, sejam elas profissionais ou da vida cotidiana, repercutem no meio ambiente”, defende Polegato.
Ela registra que Medicina Veterinária e Zootecnia são profissões que devem ser inseridas e aliadas à busca da sinergia entre homem, natureza e animais, com responsabilidade sobre a sustentabilidade dos recursos naturais. “Sua atuação não deve ser descolada da sociedade em que se insere e dos recursos sobre os quais tem impacto”, diz.
Para Polegato, a contribuição da ciência veterinária para o planeta é bem-vista na pesquisa biomédica, nos programas estratégicos de proteção à saúde animal e à saúde pública, bem como nas políticas de biossegurança alimentar, que visam aumentar a oferta e a qualidade dos alimentos de origem animal. “Portanto, encontra-se numa posição única em relação ao bem-estar coletivo, pois prepara o médico-veterinário para contribuir na luta contra as duas maiores catástrofes da humanidade: a fome e a doença”, ressalta.
“Neste sentido, os profissionais da Medicina Veterinária e da Zootecnia devem refletir quanto aos compromissos profissionais assumidos, em especial, o compromisso socioambiental e sanitário e, assim, ampliar sua atuação buscando tecnologias limpas, gerenciamento e manejo correto de resíduos médicos e químicos perigosos, usar de maneira racional os recursos naturais, preservando e evitando sua contaminação e, dessa maneira, mitigar os impactos com alterações climáticas e perda da biodiversidade, dentre outros”, afirma a médica-veterinária.
Fica claro, portanto, que os seres humanos dependem, para sua própria sobrevivência, de ecossistemas estáveis ??e saudáveis, e que são necessárias ações urgentes para colocar o mundo no caminho de um futuro mais sustentável. “Falhar em agir é falhar com a humanidade e não cuidar do planeta significa não cuidar de nós mesmos. Para nos proteger das futuras ameaças globais, as soluções baseadas na preservação da Natureza oferecem a melhor maneira de alcançar o bem-estar humano, enfrentar as mudanças climáticas e proteger o planeta. As intervenções devem ser implementadas com a colaboração de várias agências inseridas no âmbito da saúde única, para que oportunidades e mudanças significativas aconteçam, mudem o cenário ambiental atual de degradação e os ODS sejam alcançados”, diz Polegato.
No Dia Mundial do Meio Ambiente, o CFMV reforça o compromisso de incentivar e orientar seus profissionais a exercer a Medicina Veterinária e a Zootecnia com o menor impacto ambiental possível, promovendo a saúde e o bem-estar único dos animais e da sociedade.
Fontes:
– Prof.ª Dra. Elma Pereira dos Santos Polegato é médica-veterinária com graduação em Administração de Empresas, mestrado em Vigilância Sanitária e doutora em Medicina Veterinária. Foi membro da Comissão Nacional de Meio Ambiente do CFMV e, atualmente, é presidente da Comissão de Saúde Ambiental do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo e ocupa a cadeira n. 20 da Academia Paulista de Medicina Veterinária-APAMVET
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Paraíba (CRMV-PB) está entre as entidades parceiras da Rede Ipiranga na campanha Heróis Abastecidos. Médicos-veterinários paraibanos têm 10% de desconto para abastecer seus veículos em qualquer posto da rede.
Em caso de dúvidas entrar em contato com a Rede Ipiranga pelo telefone (11) 3003-3474.
Assista ao vídeo e saiba como participar da campanha.
Desde que foram relatados os primeiros casos de humanos com covid-19, na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China, em dezembro de 2019, pesquisadores e órgãos internacionais de saúde investigam a origem da transmissão da doença. Logo que surgiram os primeiros casos, a suspeita divulgada foi de que a contaminação estaria associada à venda de animais silvestres para o consumo humano no mercado chinês de frutos do mar da cidade chinesa.
No entanto, segundo o médico-veterinário Ricardo Dias, professor do Laboratório de Epidemiologia e Bioestatística, da Faculdade de Medicina de Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP), os primeiros casos de covid-19 não foram de pessoas com histórico de contato no mercado de Wuhan. “Uma teoria alternativa, proposta pela comunidade científica, é a de que tenha havido a transmissão zoonótica em outro local. Quando alguns infectados foram ao mercado, aí, sim, transmitiram para mais pessoas, espalhando a doença pela cidade”, explica.
Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla em inglês), até o momento, a fonte ou a rota original de transmissão ao ser humano não é conhecida com exatidão. As pesquisas, entretanto, sugerem que, de acordo com os dados da sequência genética do novo coronavírus (SARS-CoV-2), ele poderia ter emergido de uma fonte animal e seria um parente próximo de outros coronavírus encontrados em populações do morcego-ferradura (Rhinolophus affinis).
Numa série de sete vídeos disponíveis no YouTube, Dias, que é doutor em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses, fala sobre o genoma dos diferentes coronavírus existentes e como está sendo para a ciência o enfretamento desse novo tipo. Assista:
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De acordo com nota produzida pelos integrantes da Comissão Nacional de Animais Selvagens, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CNAS/CFMV), os estudos genéticos revelaram que os morcegos hospedam um tipo de vírus muito semelhante ao SARS CoV-2, que possivelmente infectou uma outra espécie animal, dando origem a uma recombinação genética que resultou no vírus responsável pela pandemia. No entanto, a comissão destaca que a identidade de qualquer hospedeiro intermediário que possa ter facilitado a transmissão para humanos ainda não foi comprovada, assim como a sua forma de transmissão.
Para a CNAS, a transmissão animal-humano da covid-19 ainda precisa ser mais bem estudada. “Mas o pangolim (Manis sp.) vem sendo apontado como um possível hospedeiro intermediário do vírus, porém, ainda sem consenso entre os pesquisadores”, pondera a nota da comissão.
A médica-veterinária Hilari Hidasi, presidente da Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens (Abravas), reforça que ainda está sob investigação o surgimento desse novo coronavírus. Ela esclarece que as “pesquisas mostraram que o coronavírus encontrado em morcego tem 96% de similaridade com o SARS-CoV-2, porém, a proteína S, que constitui o receptor pelo qual o SARS-CoV-2 se liga nas células do homem, é diferente nesse vírus encontrado no morcego”. Ela acrescenta: “É importante dizer que essa espécie de morcego (R. affinis), na qual se detectou o vírus, é endêmica da China e estava em período de hibernação na época de aparecimento”.
Sobre a origem da transmissão, Hidasi concorda com a CNAS e diz que a suspeita é de que o coronavírus do morcego teria sido transmitido primeiro ao pangolim (Manis javanica), pois o R. affinis não estaria presente no mercado chinês durante a investigação. Já o pangolim teria sido encontrado no local, fruto de importação ilegal, e nessa espécie teriam identificado um coronavírus com a proteína S similar ao do SARS-CoV-2.
“Porém, o SARS-CoV-2 ainda tem um sítio de clivagem polibásico, não presente nos coronavírus encontrados no morcego e pangolim. Ou seja, a teoria mais aceita pelos cientistas é de que ocorreu nesses animais uma seleção natural para adquirir esse sítio antes da transmissão ao homem. Isso seria possível, pois há muitos tipos de coronavírus existentes em populações de animais de vida livre”, explica Hidasi.
Na visão do professor Dias, evidências apontam para o pangolim, entretanto há outros animais que poderiam ter sido hospedeiros intermediários, incluindo animais domésticos e silvestres. “Vários deles sabidamente se infectam e poderiam ter transmitido o SARS-CoV-2 a humanos”, afirma.
O fato é que, em 2012, quando ocorreu o surto de Síndrome Respiratória no Oriente Médio, causado pelo coronavírus MERS-CoV (Middle East respiratory syndrome-related coronavirus), a transmissão se deu de morcegos a camelídeos e, depois, para humanos. Dez anos antes, a Síndrome Respiratória Aguda Grave na China, causada pelo SARS-CoV-1, também tinha o morcego como reservatório, que a transmitiu a civetas (animais consumidos como fonte de proteínas) e das delas para os humanos.
“Dentre os 38 coronavírus conhecidos, 22 foram descobertos na China. Os coronavírus que têm capacidade de se ligar ao receptor ACE2 no homem [proteína presente no corpo humano, especialmente no pulmão, que atua como receptor do coronavírus] são os mais estudados, por causa do seu potencial zoonótico, e eles foram todos isolados em morcegos do gênero Rhinolophus sp., que têm distribuição cosmopolita [pode ser encontrado praticamente em qualquer lugar do mundo]”, afirma Hidasi.
A médica-veterinária explica que o sistema imune dessa espécie de morcego é diferenciado, por conta da sua adaptação para o voo, o que a torna ainda mais suscetível a diferentes vírus, quando comparada a outros mamíferos. Ao mesmo tempo, essa mesma capacidade de voo e migração favorece a disseminação do vírus.
Dias acrescenta que os morcegos são tão suscetíveis aos vírus quanto outros mamíferos. “Porém seu sistema imune é mais complacente, lidando de forma diferente com infecções virais e a resposta inflamatória”, diz o professor da USP.
“O histórico das epidemias por coronavírus, a ocorrência dos morcegos e a proximidade e relação entre possíveis hospedeiros, como animais sendo consumidos como alimento, e grande densidade populacional, facilitam a mutação viral e sua dispersão, seja por contato direto ou por fômites contaminados [qualquer objeto inanimado ou substância capaz de absorver, reter e transportar organismos contagiantes ou infecciosos de um indivíduo a outro]”, conclui a presidente da Abravas.
Para evitar tragédias anunciadas como a que estamos passando e mitigar futuras pandemias, o caminho seria proibir a venda de animais silvestres para o consumo humano como alimento? Para a CNAS, a falta de controle sanitário na produção dos alimentos de origem animal é o maior dos problemas, já que a manipulação correta, a cocção ou o congelamento de carnes exóticas pode eliminar ou inativar patógenos.
“Acreditamos que a promoção de campanhas de educação em saúde direcionada à produção e ao consumo de alimentos de origem animal seja uma boa conduta. Aliada, é claro, ao cumprimento da legislação, com a aquisição de animais silvestres procedentes de locais devidamente registrados e com controle sanitário adequado”, afirma a comissão.
Assim também pensa a presidente da Abravas. Ela explica que as condições insalubres às quais os animais são submetidos em mercados sem regulamentação, com diversas espécies (cães, galinhas, cobras, porcos, civetas) dividindo o mesmo espaço físico, em gaiolas pequenas, péssimas condições de higiene, com dieta deficiente, manipulados e abatidos em local sem controle higiênico-sanitário, acabam gerando estresse prolongado nos animais, o que leva à imunossupressão, predispondo-os ao contágio e transmissão viral e, consequentemente, aumentando a possibilidade do aparecimento de zoonoses e antropozoonoses.
“A criação em cativeiro, se realizada de acordo com as normas sanitárias e de bem-estar e supervisionada por um médico-veterinário capacitado, reduz ao mínimo a possibilidade de contágio”, afirma Hidasi.
Como medidas preventivas contra novas pandemias, o Dias defende o combate ao tráfico de animais selvagens, o aumento da seguridade alimentar, ou seja, o acesso à alimentação adequada e segura, e a melhoria do saneamento básico da população.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, sigla em inglês), especificamente em seus escritórios na Europa e Ásia, tem feito alertas diversos, desde o início da pandemia de covid-19, tem divulgado ativamente as práticas de higiene, inclusive com relação ao consumo de carne de animais selvagens.
“As pessoas não devem manipular, preparar, sacrificar, vender, ou consumir carne que se origina de animais selvagens, de gado doente ou que tenha morrido de causas desconhecidas” destaca a FAO. Ainda acrescenta que a carne crua de animais selvagens ou pratos crus, à base de sangue de animais selvagens, não devem ser consumidos. “Essas práticas expõem as pessoas a alto risco de infecções”, informa a entidade, que recomenda a adoção das boas práticas de higiene habitual, como lavar as mãos antes e depois de manipular ou alimentar o gado ou os pets, incluindo o manejo de carne de animais silvestres.
Para contribuir com a prevenção e o controle da propagação de coronavírus, a FAO ressalta que todas as ações devem ser coordenadas com o enfoque da Saúde Única, vinculadas a especialistas em saúde animal, humana e ambiental, como o médico-veterinário. A entidade reitera a necessidade de comunicação imediata ao serviço veterinário oficial e às autoridades de sanidade animal a respeito de qualquer morbidade ou mortalidade incomum dos animais.
Alinhada às autoridades sanitárias internacionais, a FAO reforça que, até o momento, não há evidências significativas da transmissão do novo coronavírus de animais para humanos, portanto, não há justificativa para tomar medidas que comprometam o bem-estar dos animais.
Desde a primeira manifestação global do novo coronavírus, a FAO colabora estrategicamente com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a OIE para ajudar os países-membros a identificar animais que possam hospedar esse vírus e reduzir os eventos de contágio humano.
“Se você está realizando pesquisas para determinar a epidemiologia da covid-19 e a participação de animais como reservatório de vírus ou hospedeiros intermediários, comunique a organização”, solicita a FAO, que supervisiona e compara informações detalhadas sobre a situação dos doentes em todo o mundo, além de coordenar atividades de prevenção, preparação e detecção de animais.
A CNAS acrescenta que é prematuro falar da transmissão da covid-19 entre animais e apontar quais espécies podem ou não se infectar com o novo coronavírus. O que já se sabe sobre as coronaviroses, catalogadas e estudadas antes mesmo dessa pandemia e que nada têm a ver com o SARS-CoV-2, é que são mais comuns em mamíferos e aves, segundo a presidente da Abravas. “Podem acometer grupos animais específicos, como cetáceos, quirópteros, felinos, caninos, humanos, ouriços, ungulados, podendo ocorrer transmissão entre espécies, porém, o fato de haver transmissão não, necessariamente, significa manifestação de doença”, diz Hidasi.
De qualquer forma, para toda doença, a CNAS recomenda seguir o protocolo de prevenção instituído, desde que se conheça o perfil epidemiológico da população, o patógeno e como ele causa alterações na saúde de animais e humanos. “Para alguns coronavírus das espécies domésticas já existem até vacinas para os animais, as quais fazem parte de protocolos preventivos”.
“A transmissão não necessariamente significa manifestação de doença”, complementa a presidente da Abravas. De qualquer forma, como velejamos em mares nunca dantes navegados, a presidente da Abravas recomenda as medidas sanitárias adequadas para a prevenção de doenças de uma forma geral: lavar as mãos regularmente, fornecer manejo adequado ao animal (temperatura, ventilação, iluminação, nutrição, recinto etc.), manter o ambiente que o animal frequenta sempre limpo e evitar contato direto do animal com pessoas imunocomprometidas. “O tratamento dos animais infectados deverá ser realizado de acordo com a espécie acometida e os sinais clínicos apresentados, sendo o médico-veterinário especializado nessas espécies o responsável por conduzir o caso”, alerta.
Esse tem sido o protocolo no caso da tigresa do zoológico do Bronx, em Nova York, nos Estados Unidos, que testou positivo para o novo coronavírus. Hidasi está em contato com os médicos-veterinários da instituição e relata que a tigresa e os outros felídeos acometidos (cinco tigres e três leões) receberam tratamento paliativo, conforme as necessidades. “Até o momento, foi relatado que os animais estão evoluindo bem, clinicamente, e todos os funcionários estão utilizando Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) nos cuidados de todos os felídeos selvagens da instituição”, diz.
A médica-veterinária da Abravas explica que os felídeos apresentam um receptor homólogo ao ACE2 nos pulmões, assim como os humanos, implicando predisposição a desenvolver a doença se expostos ao vírus, mas nada que comprove que, uma vez doentes, são capazes de transmitir esse vírus ao homem.
Quais são os cuidados para quem cria jiboias, iguanas, papagaios, jabutis, entre outras espécies selvagens, como animais de estimação, seja em uma casa ou apartamento?
No Brasil, a criação legalizada de animais silvestres é prevista em lei. A importância de ter um animal com origem conhecida desde o nascimento garante a sanidade dele e de seus cuidadores. “O risco sanitário ocorre quando a origem do animal é desconhecida, quando não há assistência médico-veterinário periódica, nem ambiente e nutrição adequados, de acordo com as características biológicas da espécie”, alerta a CNAS.
A presidente da Abravas revela que os proprietários que adquirem animais silvestres comercializados legalmente recebem, em sua maioria, orientação adequada sobre o manejo dos animais e acompanhamento médico-veterinário.
“De forma geral, havendo conscientização dos tutores sobre a importância de adquirir animais silvestres de criadores legalizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de conhecer a biologia e o manejo da espécie, bem como orientação e acompanhamento veterinário especializado com check-ups periódicos, reduz-se o risco de ocorrência e disseminação de doenças infectocontagiosas”, tranquiliza Hidasi.
O risco, segundo a médica-veterinária de selvagens, está nos animais silvestres oriundos de tráfico, “pois normalmente foram expostos a condições insalubres e manejo incorreto, predispondo a manifestação de doenças diversas (zoonóticas ou não)”, complementa.
Para os profissionais que atuam nos serviços veterinários essenciais que recebem, atendem, reabilitam ou mantêm animais silvestres e exóticos, sejam em centros de triagem, zoológicos, aquários e criadouros ou mantenedouros de fauna similares, a CNAS recomenda que se mantenha a vigilância em saúde dos funcionários e oriente a utilização dos EPIs por todos. “A saúde do trabalhador também é uma função da Responsabilidade Técnica”, lembra a comissão.
Já a Abravas, publicou uma nota com 23 recomendações específicas aos médicos-veterinários de animais selvagens e pets não convencionais. O documento pode ser acessado no site da associação. Confira.
A Comissão Nacional de Animais Selvagens (CNAS) tem por propósito assessorar a administração do CFMV sobre o tema, em vista da diversidade da fauna de nosso país e da necessidade de mantê-la e valorizá-la. Confira o currículo resumido dos integrantes da Comissão.
Dra. Hilari Hidasi atua como médica-veterinária do Zoológico Municipal de Guarulhos (SP), desde 2012. Preside a Abravas, é doutora em Ciência Animal, com ênfase em ornitopatologia, pela Universidade Federal de Goiás (UFG), onde também concluiu o mestrado e a graduação em Medicina Veterinária (2006). Tem também pós-graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Animais Selvagens, pelo Instituto Qualittas.
Dr. Ricardo Augusto Dias é médico-veterinário formado na USP e pós-graduado em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses. Atualmente, é professor associado do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da FMVZ-USP. É membro de comitês consultivos dos ministérios da Agricultura, Pecuária Abastecimento (Mapa) e do Meio Ambiente, além de integrar grupos de trabalho da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Trabalha com Epidemiologia, conservação da biodiversidade e zoonoses.