Integrante do CFMV explica o que tem sido feito para substituir os animais de laboratório na criação de medicamentos
A substituição dos animais de laboratório por métodos alternativos de pesquisa é um tema polêmico e de grande relevância para a Medicina Veterinária, indústrias e sociedade. Mas é necessário esclarecer que ainda não é possível empregar essas técnicas em todas as etapas dos estudos de biologia e medicina, sejam aqueles mais básicos, sejam aqueles voltados ao desenvolvimento de novos medicamentos. Os animais ainda são necessários para complementar o ciclo da pesquisa.
É o que afirma um artigo publicado recentemente na Revista Saúde. O autor do texto é integrante da Comissão Nacional de Bioética e Biossegurança (CONBB) do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) e ex-diretor do Centro de Criação de Animais de Laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o médico veterinário Joel Majerowicz. Em esclarecedoras palavras, ele fala sobre o papel dos animais nos estudos voltados ao desenvolvimento de medicamentos e o que se tem feito para substitui-los nas etapas de pesquisa. Na opinião dele, validar um método requer competência, organização, tempo e dinheiro. “Só são aceitos aqueles conduzidos sob rígidas regras e com reconhecimento internacional”, diz.
Em seu artigo, Majerowicz também explica que os métodos alternativos disponíveis hoje não são capazes de dizer se uma substância é segura ou eficaz quando administrada a um ser vivo complexo. “Por isso, por mais que as avaliações preliminares não sejam feitas em animais, a substância só será devidamente aprovada quando passar, ainda na fase pré-clínica, por testes com animais. Esses testes são decisivos para conhecer a toxicidade do elemento, a capacidade de gerar mutações ou tumores e outros danos que ele pode vir a causar a um ser vivo”, relata o médico veterinário.
Ele fala também, no texto, sobre os processos de pesquisas para o desenvolvimento científico que aprimoram a ética no uso dos animais.
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Comissão Nacional de Bioética e Biossegurança (CONBB)
A Comissão Nacional de Bioética e Biossegurança (CONBB), da qual Majerowicz faz parte, tem como atribuições o estudo e a apreciação de temas relacionados à ética no uso dos animais de experimentação; propor diretrizes para a regulamentação das profissões; revisar e propor a atualização e harmonização da legislação; e apresentar posicionamento técnico sobre o tema conforme demanda e necessidade dos CRMVs e do CFMV.
Também cabe à comissão promover reflexões no campo da Bioética aplicada à Medicina Veterinária e à Zootecnia, com vistas a estabelecer debates interdisciplinares no campo da moral e da ética, com ênfase nas questões relacionadas à biotecnologia e ao bem-estar animal.
Fonte CFMV