Olimpíadas 2016: Serviço de Vigilância em Zoonoses é intensificado nas Olimpíadas
Agosto de 2016
Por Roberta Machado
A saúde de 10 mil atletas, 50 mil voluntários e centenas de milhares de espectadores dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 depende do cuidadoso trabalho de médicos veterinários e outros profissionais responsáveis pela vigilância em zoonoses do Rio de Janeiro. Mais de 40 médicos veterinários da Coordenação de Vigilância em Zoonoses carioca estão trabalhando em rodízio de plantões, com o objetivo de evitar contaminações durante o evento.
Os responsáveis pela tarefa de zelar pela vigilância sanitária nas Olimpíadas precisam lidar com agravantes como o grande número de habitantes do Rio de Janeiro e as grandes distâncias para deslocamento através da cidade escolhida para sediar os jogos. Mas eles garantem que estão preparados para o evento.
“O fato de o Rio receber há muito tempo um público para o turismo ou eventos culturais como o Carnaval e o Réveillon nos deu uma boa bagagem. Além disso, a preparação dos Jogos Mundiais Militares em 2011 e a Copa de 2014 contribuíram para o aprimoramento”, conta a médica veterinária Kemle Rocha de Miranda, assistente da Coordenação de Vigilância em Zoonoses da Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses (SUBVISA) do Rio de Janeiro.
Foto: SUBVISA/ divulgação
Durante todo o ano, esses profissionais já atuam na prevenção à esporotricose, a leishmaniose, a criptocose e outras doenças que afetam humanos e animais. Mas, nos meses que antecederam as Olimpíadas, esse trabalho foi intensificado com diversas ações. Uma delas foi a inspeção e o monitoramento das áreas das competições para a identificação de possíveis focos de aranhas, escorpiões e lagartas, além dos insetos transmissores da Leishmania, popularmente conhecidos como mosquitos-palha.
Outra atribuição dos médicos veterinários da vigilância em zoonoses durante os preparativos para o evento é a captura de morcegos nas dependências dos Parques Olímpicos. Animais errantes encontrados nas proximidades dos locais das competições também foram recolhidos e encaminhados para atendimento, enquanto as carcaças de animais receberam a devida destinação sanitária.
As ações de rotina da secretaria como a vacinação antirrábica foram também mantidas durante o período. “Continuamos a ter problemas no dia a dia, pois a cidade continua a sua trajetória”, ressalta Kemle. “Conseguir organizar todo o trabalho específico para o Rio 2016 com o mesmo número de profissionais, já que não houve incrementos nesse sentido, e manter a cidade funcionando em sua plenitude, também foi e está sendo um desafio”, descreve a médica veterinária.
Legado
O trabalho duro dos grandes eventos esportivos realizados no país tem sido encarado pelos profissionais como um intenso processo de aprendizado e aprimoramento. Como parte do legado imaterial dos Jogos Olímpicos está a sistematização das ações de vigilância, a adoção de novos instrumentos e a implementação de novas ferramentas eletrônicas de coleta de dados, por exemplo.
“Penso que o fato da cidade do Rio de Janeiro ser o maior destino turístico do país e poder contar com um sistema de saúde pública com efetivo controle de zoonoses fará toda a diferença”, acredita Kemle Rocha. “Ter o corpo de profissionais capacitados e a experiência desse trabalho nos Jogos Olímpicos poderá contribuir para disseminar conhecimentos para outras cidades que tenham o mesmo perfil e que tenham a mesma vocação”, completa.
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