Quais são as áreas de atuação de um zootecnista?
A zootecnia é uma área de grande abrangência que varia, principalmente, entre os campos do desenvolvimento, promoção, preservação e controle de produção animal. Durante a graduação, que dura em média cinco anos, os estudantes são preparados para atuar em áreas específicas, aliando esses conhecimentos também à conservação dos recursos naturais.
Segundo o zootecnista Henrique Luís Tavares, chefe do Setor de Alimentação e Nutrição Animal da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, o profissional desta área tem conhecimentos focados na produtividade e rentabilidade na criação de animais. Por meio de planejamento agropecuário, pesquisas nas áreas de seleção e melhoramento genético e técnicas de nutrição e reprodução, ele pode atuar em toda a cadeia produtiva animal.
“Este profissional tem a atribuição de planejar e dirigir sistemas de produção e realizar pesquisas e ações técnicas que visem informar, orientar, gerenciar ou assistir a criação de animais domésticos, selvagens, insetos úteis ao homem e organismos aquáticos, em todos os seus ramos e aspectos. Ele pode também administrar propriedades rurais, estabelecimentos agroindustriais e comerciais ligados à produção, ao melhoramento e às tecnologias animais, além de desenvolver medidas técnicas de prevenção de doenças e dos transtornos fisiológicos, bem como, a higiene dos animais, das instalações e dos equipamentos”.
Além disso, de acordo com Tavares, o zootecnista pode se envolver nos estudos interativos dos sistemas de produção animal, incluindo o planejamento, a economia, a administração e a gestão das técnicas de manejo e da criação de animais em todas suas dimensões.
“Ele utiliza medidas técnico científicas de promoção do conforto e bem-estar das diferentes espécies de animais domésticos, silvestres e exóticos com a finalidade de produção de alimentos, conservação e preservação, serviços, lazer, companhia, produtos úteis não comestíveis e subprodutos utilizáveis. Incluem-se, igualmente, os conteúdos de experimentação animal, tecnologia, avaliação e tipificação de carcaças, controle de qualidade, avaliação das características nutricionais e processamento dos alimentos e demais produtos e subprodutos de origem animal.
De acordo com uma lista produzida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), todas estas atribuições se dividem, principalmente, em nove áreas específicas, que são, inclusive, a base de organização do curso na instituição e que mostram onde os futuros profissionais poderão atuar no mercado de trabalho.
Confira a lista abaixo:
Área de Ciências Morfofisiológicas
Compreender a morfofisiologia do animal, contribuindo para a aplicação de conhecimentos básicos que auxiliarão no entendimento das diferentes espécies animais visando a qualidade na produção.
Área de Ciências Veterinárias
Proporcionar os conhecimentos fundamentais sobre a prevenção de enfermidades visando a produtividade animal sustentável.
Área de Ciências Exatas Aplicadas
Desenvolver a capacidade de planejar e executar atividades que exijam cálculo, noções de física, bioestatística, entre outras que auxiliarão na tomada de decisões no processo produtivo, preparando-o para uma boa utilização dos recursos disponíveis em suas áreas de atuação.
Área de Ciências Ambientais
Atuar na produtividade animal considerando as consequências das diferentes ações com relação ao meio ambiente na tentativa de evitar os problemas em decorrência do descuido com as questões ambientais.
Área de Ciências Agronômicas
Compreender a relação solo-planta-animal e atmosfera para produzir alimentos dentro dos princípios de seguridade alimentar preparando-o para assessoria técnica responsável socioambientais.
Área de Ciências Econômicas e Sociais
Desenvolver a capacidade empreendedora para a otimização da produção animal preparando-o para uma gestão econômica e socialmente viável do agronegócio capacitando-o para interagir no contexto sociocultural.
Área de Genética, Melhoramento e Reprodução Animal
Utilizar os fundamentos genéticos e as biotecnologias da engenharia genética para a melhoria das características produtivas e reprodutivas viabilizando a manifestação do potencial genético para torná-los eficientes economicamente, sem afetar o bem-estar animal.
Área de Nutrição e Alimentação
Compreender os processos químicos, físicos e biológicos que ocorrem no trato gastrointestinal para que os animais possam tirar proveito máximo dos nutrientes para atender as exigências nutricionais, bem como saber escolher, formular e fornecer alimentos visando o máximo desempenho animal e mínimo custo.
Área de Produção Animal e Industrialização
Compreender as diferentes cadeias produtivas nos aspectos tecnológicos de produção, planejamento, industrialização e comercialização considerando as exigências do mercado e as necessidades da sociedade mais ampla. Inclui-se ainda a necessidade de o profissional conhecer outras utilizações dos animais como lazer, companhia, animais exóticos e de serviços, entre outros.
Por Caio Budel – ABZ
Sindpzoo (matéria acessada 24/11/16)