Instalado em Mato Grosso do Sul, entra em operação o maior frigorífico de jacarés do Brasil
O maior frigorífico de jacarés do Brasil, com o Sistema de Inspeção Federal (SIF), foi inaugurado em Corumbá-MS, nesta quinta feira, 21 de setembro. A equipe técnica da empresa é composta por 3 médicos veterinários, 1 zootenista e um biológo.
Capaz de abater 600 animais por dia, a empresa Caimasul, além da carne, também vai comercializar o couro do jacaré. “Nós já temos uma produção estimada em sete toneladas. Primeiro, estamos prestigiando a casa, ou seja, vendendo para o próprio Mato Grosso do Sul, depois, vamos vender essa carne para São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e outros Estados que já estão entrando em nosso rol de clientes novos”, disse o diretor comercial da Caimasul, Weber Girardi.
No projeto desde 2013, o zootecnista Willer Cardoso Girardi, além de ser um dos Responsáveis Técnicos (RT) e gerente da planta, atua na parte nutricional dos animais. “O jacaré tem várias peculiaridades em sua alimentação, entre elas seu fornecimento. Como o alimento está na água, muitos ingredientes são perdidos. É necessário um acompanhamento e estudo detalhado nesta área”, detalhou. O zootecnista atua ainda, na produção das rações que são ali produzidas.
O médico veterinário Eduardo José da Silva Borges, também Responsável Técnico (RT) da empresa, explicou que cuida da incubação dos ovos, cria e crescimento dos animais, manejo, controle sanitário, calendário zootécnico, entre outras atividades, “diariamente observamos os animais, seu comportamento, coletamos dados e realizamos tratamento terapêutico e procedimentos veterinários, como sutura, quando necessário”.
Além dos animais, também é dada atenção ao meio ambiente em diversas atividades, como o manejo ambiental, de forma que não gerem impactos negativos. “Trabalhamos com a natureza, então nossa primeira preocupação é manter o equilíbrio dos animais neste meio. Temos um exclusivo sistema de tratamento de água, que trata toda a água da planta e a reutiliza no sistema de produção. São tratados em torno de 350 mil litros por dia. Além disso, há o controle de resíduos, com seu tratamento e destinação adequado”, completou o zootecnista Willer Cardoso Girardi.
Além dos dois profissionais, a equipe conta ainda com um médico veterinário que atua no campo, acompanhando a reprodução e monitoramento dos animais, e com uma médica veterinária no abate dos jacarés.
O abate é feito praticamente como em bovinos, com pistola pneumática. Os jacarés são engordados no máximo até dois anos de idade, época em que atingem um peso médio de 10 kg. Depois do abate, esse peso cai significativamente e uma carcaça oferece apenas 3,5 kg de carne.
O frigorífico conta com processo completo da cadeia produtiva de jacarés de cativeiro, que vai da cria, recria, engorda ao abate com certificação do Serviço de Inspeção Federal (SIF), passando pela transformação em produto (carne e couro tratado em curtume) e venda.
Ascom/CRMV-MS (acesso em 24/09/17)