Outubro Rosa: prevenção também vale para cadelas e gatas
O laço rosa nas roupas, prédios iluminados e inúmeras reportagens não nos deixam esquecer: outubro é o mês dedicado à prevenção do câncer de mama, o Outubro Rosa. A doença, no entanto, não afeta apenas seres humanos e a prevenção de tumores mamários se aplica também a cadelas e gatas.
Segundo dados de alguns hospitais que fazem atendimento com equipe especializada em Oncologia, os tumores de mama correspondem a 52% de todos os casos de câncer em cadelas e 17% em gatas. Esses índices reforçam as necessidades de conscientizar os tutores sobre a importância dos exames periódicos e no diagnóstico precoce da doença. Quando o tratamento é precoce, as chances de cura aumentam em 90%.
Na edição 77 da Revista CFMV, artigo científico assinado pelo Dr. Fabio Navarro Baltazar e equipe assinala que as neoplasias mamárias correspondem a 52% dos tumores em cadelas. No texto, os autores abordam o caso de uma cadela com um tipo de tumor especialmente complicado no diagnóstico e tratamento, o osteossarcoma mamário. Embora represente apenas 1% dos casos de neoplasia, esse é especialmente desafiador devido à baixa incidência e ao seu comportamento agressivo, refratário às terapias disponíveis, destaca o trabalho publicado na revista
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico de câncer de mama se faz pela observação de nódulos, pólipos ou aumento de volume no tecido mamário. Idade e obesidade são fatores de predisposição, além de a doença acometer mais frequentemente as fêmeas de algumas raças. O uso de anticoncepcionais tem relação direta com a doença, por isso são fortemente contraindicados.
A castração é um importante método de prevenção. A incidência de tumores mamários em animais castrados antes do primeiro cio é de 0,5%. Já em cadelas castradas após o primeiro cio, o índice aumenta para 8%. E após dois ou mais ciclos, chega a 26%. O controle de peso também auxilia a prevenção.
O tratamento é sempre cirúrgico. O animal realiza exames pré-anestésicos de sangue, coração, Raio-X de tórax e ultrassom de abdômen. Após todos esses procedimentos, é realizada a cirurgia da cadeia mamária acometida (total ou parcial), exame histopatológico (biópsia) do nódulo removido cirurgicamente, seguido ou não de quimioterapia.
A necessidade da quimioterapia vai depender do resultado obtido na biópsia, que definirá se o tumor é maligno e, se for, qual o seu grau de malignidade. A incidência de nódulos malignos nas mamas nas cadelas são, em média de 50% e, nas gatas, é de 80%, recomenda-se a retirada de todos os nódulos de mama para avaliação.
O tratamento correto e completo da doença é importante para que ela não se espalhe para outros órgãos do animal, através de metástases para os gânglios, pulmão, fígado, rins, ossos, coração e pele.
Quimioterapia
As consequências da quimioterapia em animais são diferentes do tratamento em humanos. Em sua maioria eles não perdem pelo – podendo depender da raça e da droga utilizada – e são raros os casos de algum mal-estar considerável. A quimioterapia pode envolver medicação oral, injetável, diluída em soro ou a combinação de todas essas possibilidades, dependendo do exame histopatológico – grau de malignidade – idade do animal e presença de outras doenças.
Fonte CFMV